Por Conta Própria

Jake Bugg volta ao Brasil com o disco mais multifacetado (e menos celebrado) da carreira

Lucas Brêda

Publicado em 08/03/2017, às 19h15
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O terceiro disco de Jake Bugg, On My One (2016), começa exatamente como você imaginaria que um disco do britânico poderia começar. Na faixa-título, ele canta, sobre uma base dedilhada de violão: “Sou apenas um garoto de Nottingham”. A canção seguinte, “Gimme The Love”, contudo, muda imediatamente de rumo, com bateria eletrônica dançante, teor sexy, guitarras funkeadas e um refrão grudento que é basicamente a repetição do título da faixa.

“Fiquei muito tempo sozinho fazendo o disco no estúdio”, conta Bugg, que pela primeira vez se autoproduziu e não contou com cocompositores (motivo pelo qual foi vastamente criticado na Inglaterra) em um disco. “Tive a oportunidade de expandir minha composição.”

O britânico de 22 anos, que despontou em 2012 com a música “Lightning Bolt” (trilha das Olímpiadas de Londres) e já lançou três álbuns desde então, retorna ao Brasil esta semana para três shows, passando por São Paulo (quinta, 9), Rio de Janeiro (sexta, 10) e Belo Horizonte (sábado, 11). Bugg traz seu disco mais eclético, mas também o menos prestigiado pela crítica e que teve o pior desempenho nas paradas.

Há de tudo em One My One: balada ultraproduzida (“Love, Hope and Misery”), flerte com o soul (“Never Wanna Dance”) e até uma incursão desajeitada pelo rap (“Ain't No Rhyme”). “Gosto de todos os tipos de música”, comenta. “Quero misturar tudo e fazer algo que nunca fizeram, que é único. E, sei lá, aquela é só a minha música de hip-hop [risos]. Às pessoas levam isso muito a sério quando, na verdade, eu só estava me divertindo.”

Bugg até compôs com Mike D, ex- Beastie Boys, mas a colaboração não acabou no álbum – e, segundo ele, dificilmente vai ver a luz do dia. “Foi muito bom trabalhar com ele, é um cara muito bacana”, diz. “Ele me ajudou muito a seguir em frente em um momento no qual eu não estava muito confiante”.

A razão para a faixa não entrar em On My One é a mesma que Bugg aponta como maior desafio na empreitada como produtor: “É muito bom ter uma nova música ou ideia, mas tem partes muito chatas envolvidas no desenvolvimento e finalização delas.”

Pode ser a fase menos brilhante da carreira de Bugg, mas ele não hesita em repetir que está “se divertindo” com as experiências, e diz que é isso que vai buscar fazer no Brasil: “Eu jogo futebol quando vou aí – é algo que eu amo fazer.”

São Paulo

9 de março, às 21h30

Citibank Hall | Av. das Nações Unidas, 17855 - Santo Amaro

Ingressos entre R$ 100 e R$ 400

Rio de Janeiro

10 de março, às 21h

Circo Voador | Rua dos Arcos, S/N - Lapa

Ingressos a partir de R$ 120

Belo Horizonte

11 de março, às 21h

Music Hall | Av. do Contorno, 3239 - Santa Efigênia

Ingressos a partir de R$ 120

TAGS: música, entrevista, ingressos, brasil, shows, Jake Bugg