Após sete anos na política, ele retorna ao cinema e ainda sonha em ser presidente
Mayra Dias Gomes Publicado em 09/01/2013, às 17h16 - Atualizado em 21/01/2013, às 12h57
É provável que o austríaco Arnold Schwarzenegger tenha a história de imigração mais bem-sucedida de todos os tempos. Apesar de mal falar inglês quando se mudou para os Estados Unidos, ele atingiu sucesso em todas as áreas que desejou – primeiro como fisiculturista, vencendo o concurso Mister Universo; depois, tornando-se o ator de filmes de ação mais bem pago de Hollywood; e em 2003 foi além, conquistando o cargo de governador da Califórnia. Aos 65, após sete anos dedicados à política, ele volta às origens com O Último Desafio, no qual interpreta um xerife prestes a se aposentar. “Meu pai era policial, sempre fui fã das autoridades. Para mim é algo muito natural”, diz.
Crítica: aos 65 anos, Schwarzenegger volta à forma em O Último Desafio.
Há um momento em O Último Desafio em que seu personagem diz que se sente “velho”. É assim que você se sente retornando aos filmes de ação?
Quando você coloca uma frase que faz o público rir, é como se você se livrasse de um elefante no meio da sala. As pessoas vão se perguntar se ainda acredito que sou um grande herói de filmes de ação. Dessa forma, eliminamos esses questionamentos. Estou dizendo a eles que sei que não sou mais aquele herói que eu era. É bom porque a plateia pode rir e relaxar, sabendo que está assistindo a um Arnold mais velho.
Mas como você se sente na vida real?
Da mesma forma que me sentia quando tinha 25 anos. A diferença é que meu corpo não é o mesmo, mas minha mente com certeza é. O corpo, porém, não perdoa. Quando você chega aos 40, percebe que pode se machucar com mais facilidade e que precisa se aquecer mais para fazer qualquer atividade.
Você trabalhou com Rodrigo Santoro no filme. O que achou dele?
Ele é talentoso e fala inglês muito bem. É um daqueles atores que farão muito sucesso com as mulheres, porque é atraente e tem uma boa energia.
Acha que é difícil para os seus filhos seguirem seus passos no cinema?
É difícil, porque eles precisam descobrir se querem seguir o caminho próprio ou agradar aos pais. Se querem ser normais, trabalhar em uma loja, ser apresentadores ou se querem se candidatar à presidência, explodir prédios e serem os atores mais bem pagos do mundo. Meu filho está seguindo meus passos. Ele malha como um louco e tem um corpo incrível. É mais bonito do que eu, puxou à mãe. É um bom ator, diretores dizem que ele é ótimo. Está fazendo aulas de teatro e ao mesmo tempo estudando negócios. A mais velha, Katherine, está tentando recriar a carreira da mãe [a jornalista Maria Shriver]. Nós falamos para eles não acharem que precisam fazer milagres.
Durante sua fase política, sentiu falta de atuar?
Não. Quando estou focado em uma carreira, me concentro nela e não fico pensando em fazer outra coisa. Na verdade, quando eu visitava sets de filmagem em Hollywood, percebia que não tinha interesse algum naquele momento. Quando deixei a política, comecei a pensar em atuar de novo. Esse sempre foi meu plano, porque não tenho interesse em seguir uma carreira política, tentar ser prefeito. Queria ser governador, e depois voltar a atuar.
Muitos acharam que você tentaria mudar as leis para que indivíduos que não nasceram nos Estados Unidos pudessem se candidatar à presidência. Você tem interesse em se tornar presidente?
A mudança precisaria ser constitucional, mas os estados não conseguem nem decidir o que fazer com os 14 milhões de imigrantes ilegais que temos. Se não conseguem decidir isso, não conseguirão concordar em colocar alguém que nasceu em outro país na presidência. Essa discussão já existe há séculos. No debate presidencial republicano, perguntaram aos candidatos se eles queriam que eu estivesse lá. Eles riram, falaram que não. Aí perguntaram para os democratas, e eles disseram que certamente não queriam. Se eu pudesse me candidatar, não pensaria duas vezes.
O que você achou do resultado da última eleição?
O povo elegeu Barack Obama. Não porque estão felizes com ele, mas porque os republicanos não tinham nada melhor a oferecer.
Você foi para os Estados Unidos sem falar inglês, se tornou um astro e governador. O que Arnold Schwarzenegger tem?
Eu tenho a necessidade de ser o melhor. Isso vem de como fui criado. Da competição que havia com meu irmão, de ter crescido sem comida depois da Segunda Guerra, e da brutalidade que ocorria em casa. Havia ira e alcoolismo, e tudo isso contribuiu. Acho que você só chega lá se consegue enxergar o que vai acontecer. Eu me vi no palco ganhando o Mister Universo, e sabia que iria tornar aquela visão realidade. Ninguém me ensinou isso, mas uso este poder de visualização para tudo. Sempre me senti calmo, como se soubesse que tudo que eu queria iria acontecer. É uma questão de fé.
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