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P&R - Gwen Stefani

Cantora explica como tenta equilibrar a atribulada vida de mãe e o No Doubt

Paulo Terron Publicado em 13/12/2012, às 15h16 - Atualizado em 04/01/2013, às 18h53

Mesmo não estando exatamente em evidência, os últimos anos foram pesados para Gwen Stefani. Depois de fazer sucesso sozinha com os álbuns Love. Angel. Music. Baby. (2004) e The Sweet Escape (2006) e suas respectivas turnês, ela se trancou no estúdio com o No Doubt, em 2008, para começar o longo processo que levaria ao recém-lançado Push and Shove. Foram quatro anos de uma rotina que poderia parecer insana para qualquer pessoa: fugas do estúdio para shows, a criação de dois filhos (Kingston, 6 anos, e Zuma, 4) – mas Gwen, aos 43 anos, está mais para supermulher do que para qualquer pessoa. Falando de Londres – o marido dela, Gavin Rossdale, é britânico –, ela explica como consegue fazer tudo ao mesmo tempo.

Rock Steady, do No Doubt, saiu em 2001. É um tempo longo entre álbuns. Por que a demora?

Acho que é preciso colocar tudo em contexto. Quando terminamos a turnê do Rock Steady – que foi longa e intensa – decidi que queria fazer um disco solo de dance music. Depois de gravá-lo, quis sair em turnê para poder explorar algo mais teatral, com dançarinos e figurinos. Acabou que fiz mais um álbum solo e aí decidimos retomar o No Doubt enquanto eu estava na minha segunda turnê. Só que fiquei grávida do meu primeiro filho. Dá para imaginar? Eu trocava de roupa e passava mal, tudo ao mesmo tempo, com a minha barriga crescendo. Enfim, eu estava me achando extremamente inspirada, mas, quando fomos escrever, não rendeu. Sugeri que fizéssemos uma turnê – e foi ótimo, a energia fluiu de novo! E eu engravidei do meu segundo filho. Aí foi uma questão de adaptar a nossa vida a isso tudo. Claro, os caras da banda têm filhos, mas eles são pais. É diferente. Eu sou mãe, tinha de amamentar, levar à creche... E não consigo me inspirar assim, com hora marcada. Mas, quando ficamos prontos, tudo fluiu.

Você pensou em não retomar a banda?

Eu quero desistir de tudo, o tempo todo! Mas não a sério. Não temos pressa de nada.

Verdade que a banda chegou a escrever sem você?

É. Acho que eles só estavam de saco cheio de me esperar. Foi ótimo para eles, mas acabamos não usando nenhuma das músicas no disco.

Como é estar de volta?

Maravilhoso! Ontem mesmo eu estava em uma festa aqui em Londres e uma garota veio falar comigo. Ela estava superemocionada, disse que me amava. Perguntei se ela já tinha ouvido o disco novo e ela disse que sim, que tinha adorado. Parece estar funcionando.

Os fãs do No Doubt, especialmente as garotas, se identificam muito com as suas letras. Como é lidar com isso, que às vezes passa do limite da simples admiração?

Só é estranho... É difícil de digerir e pensar: “Uau, é de verdade”. Nada parece ser real, quando tento entender, é meio fantástico. “Nossa, como isso aconteceu comigo?” Quando saímos em turnê, acabamos encontrando essas pessoas que têm uma vida extraordinária em relação à música, e vemos como ela pode ser poderosa. Nesse momento, vendo os rostos delas, dá para entender melhor. E faz tempo que não fazemos isso, três anos, então estou um pouco... Distante desse sentimento agora. Antes estava na bolha do processo de composição, agora estou em casa com meus filhos e família. Ir dirigindo ao estúdio é o único momento em que passo sozinha. Na minha vida. Não frequento muitos lugares. Mas sim: só quando começarmos a fazer shows, com as pessoas cantando as letras das músicas, é aí que fica emocionante. Não sei como responder a essa pergunta. Me sinto grata, mas é difícil me conectar de um modo que pareça real. Você conhece alguém, essa pessoa te diz algo e você fica: “Sério? Obrigado!” É difícil de explicar.

Vai haver uma turnê mundial que possa passar por aqui?

Queremos ir para o Brasil. O maior desafio é que temos, tipo, nove crianças entre todos nós. Como vamos arrastá-las pelo mundo? Estamos tentando resolver isso, já que todas estão estudando. Esse é o maior desafio. Estamos planejando, mas na minha mente não vejo isso acontecendo [risos]. Viemos para cá e o meu filho mais novo... Ele se comportou tão bem! Não teve problema algum durante a noite. Mas fiz uma viagem para Nova York com meus dois garotos e, na volta para casa [em Los Angeles], pensei: “Meu Deus – nunca mais vamos conseguir viajar. Isso é uma loucura”. As crianças estavam insanas! [risos] Não consigo mais! É muito difícil!

Como você mantém a forma, em especial essa barriga malhada?

Não tenho feito tanto exercício quanto eu fazia porque não tenho tempo. E não é só o tempo, eu tenho estado constantemente cansada por causa das minhas ocupações todas. Faço um pouquinho de tudo: ioga, caminhadas no meu bairro, levanto um pouquinho de peso. Tento focar em comer muito bem. Isso é o que aprendi: se você cuida da saúde e do que coloca na boca, fica tudo mais fácil. Ah, também tem outra coisa. Muito da minha boa forma vem dos shows, é inevitável. Sempre me pergunto: “Como vou ficar com aquela forma de novo?” Mas vai acontecer.

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