A atriz de O Amor Não Tira Férias conversa com a Rolling Stone sobre sexo na primeira noite, bunda, menstruação e o perigo de trabalhar ao lado - por cima e por baixo - de Jude Law
Teté Ribeiro Publicado em 22/09/2008, às 17h48
Foram duas entrevistas, uma antes de O Amor Não Tira Férias (de Nancy Meyers) ficar pronto, no final de outubro, e outra no lançamento para a imprensa, no meio de novembro, exatamente um dia depois de a diretora terminar a montagem final do longa, conforme confidenciou: "Entrei no estúdio às nove da manhã e só saí no dia seguinte às sete da manhã porque naquela noite a imprensa ia assistir ao filme e ele precisava estar pronto", disse Nancy (a mesma de Alguém Tem que Ceder).
Cameron Diaz interpreta Amanda, dona de uma produtora de trailers de filmes de Hollywood, que, depois de terminar com o namorado, troca de casa com Iris (Kate Winslet) e vai passar duas semanas em uma cidadezinha da Inglaterra, perto de Londres. Lá, em sua primeira noite, Jude Law (que faz Graham, o irmão de Iris) bate na porta, bêbado, e os dois, digamos, se entendem logo de cara, enquanto Iris tem de aturar o megachato Miles (Jack Black) em Los Angeles - não há justiça nesse mundo.
Nos dois encontros com a Rolling Stone, ela estava de cabelo castanho escuro, na primeira vez de camiseta branca, e na segunda de camiseta preta; uma vez de sapato prata, outra de sapato preto e sempre de jeans justinho (parecia o mesmo) da grife William Rast. Tudo normal, não fosse o fato de, cinco dias antes da primeira entrevista, um tal Justin Timberlake ter lançado sua linha de roupas em Beverly Hills com o mesmo nome.
Sim, a atriz-surfista-ex-modelo, que também é namorada do ex-Clube do Mickey Mouse, ex-'N SYNC, ex-Britney Spears e atual fenômeno pop, encontrou uma maneira de declarar seu amor pelo parceiro sem ter de tocar em seu nome nas entrevistas - o que ela não faz mesmo. Nem fala sobre a megacasa com 12 quartos e 200 metros de praia particular que os dois compraram juntos na ilha de Oahu, no Havaí: "Ah, não me diga que você acredita em boatos", responde Cameron com um sorriso safado.
A atriz de 34 anos, nascida em San Diego, Califórnia (Estados Unidos), filha de pai cubano (daí o Diaz do sobrenome) e mãe descendente de alemães falou à Rolling Stone sobre sexo, monogamia, menstruação, bunda pequena, transa de uma noite, mas não mencionou, de jeito nenhum, Justin Timberlake.
Ela entra na suíte, senta, olha para a mesa de centro, cheia de M&Ms, e pergunta:
Você está menstruada?
Como assim?
Ué. Você não assistiu a Os Infiltrados? Quando o personagem do Leo [DiCaprio] pede suco de cranberry no bar dos mafiosos um deles pergunta se ele está para ficar menstruado... (risos) É para adoçar a entrevista...
Vamos começar: você concorda com uma das falas de sua personagem no filme: "Ninguém mais tem tempo para sexo"?
Quer dizer que vamos direto para o sexo? Ok! Bom, é uma fala dela, não minha. Pelo menos eu e minhas amigas temos tempo para sexo (risos). No filme, não queria falar isso de jeito nenhum. Não gostaria de perpetuar essa idéia de que tudo bem estar em uma relação sem sexo, mas a Nancy me convenceu dizendo que nem todo mundo leva a vida que levo, nem todo mundo vive uma relação saudável, apaixonada e nem tem tanto tempo livre como uma atriz. As pessoas normais têm de acordar, trabalhar, encaixar nos tempos livres a ioga, o pilates, responder e-mails, navegar na internet, responder ao SMS do celular, atender o próprio celular, ler, cozinhar, arrumar a casa. Não dá pra fazer mais nada...
Você precisa arrumar a casa?
Eu? Não. Mas o que quero dizer é que alguém como a Amanda, tão concentrada em seu trabalho que mantém uma ilha de edição em casa, pode falar que ninguém mais tem tempo para sexo.
Já transou com um cara na primeira noite como acontece com você em O Amor Custa Caro?
Conheço muita gente que fez isso no primeiro encontro (risos).
Suas amigas?
Elas mesmo.
E suas amigas fazem a reclamação mais comum, de que falta homem em Los Angeles?
E falta homem mesmo! Os daqui são muito ambiciosos, focados no trabalho, é muito, muito difícil.
Sua personagem também dá dois socos na cara do ex-namorado, quando descobre que ele a traiu. Você já fez isso na vida real?
Já, e é maravilhoso, eu recomendo (risos). Ele merecia, acredite.
Outra frase polêmica de sua personagem no filme é que as preliminares são superestimadas...
Também odeio essa frase! Pedi para tirarem, mas não teve jeito. Preliminares são ótimas! E o que eles fazem, toda aquela sedução enquanto conversam, já é uma preliminar...
Você está morena. Não é loira natural?
Sou loira natural, mas posso ser morena porque meu pai é filho de cubanos que fugiram da ilha. Você ouve falar de Diaz, descendente de cubanos, e espera uma mulher morena, cheia de curvas, exótica, e aí chego eu, loira, branca, sem bunda... Eu tenho ritmo, mas não tenho bunda grande... Meu pai é da segunda geração de cubanos, da Flórida, mas logo mudou para San Diego, onde conheceu minha mãe e onde nasci. Nunca falamos espanhol em casa, acho que ele se sentia discriminado por ser filho de imigrantes, então tentou se enturmar de qualquer jeito - e falar espanhol não ajudaria.
Trocaria de casa com alguém - ou de vida -, como faz Amanda no filme?
De jeito nenhum! Por isso atuar é bom, faço tudo o que não teria coragem na vida real. Mas entendo a Amanda no filme. Quando você fica muito envolvido com algo, como ela, acha que o resto vai se resolver. Mas às vezes não vai. Por isso adoro e-mail! Tem muita gente com quem gosto de manter contato, só dar um oi, mas não teria assunto nem tempo para telefonar ou visitar. Mando um e-mail e pronto. É uma maneira de dizer: "Estou aqui, estou viva, pensando em você!". Cria uma conexão. Mas, pensando bem, também isola um pouco. Tudo na vida é uma questão de equilíbrio.
Na época em que você apresentou o programa Trippin, da MTV, no qual viajava ou convidava seus amigos para viajar a lugares exóticos do mundo, nunca pensou em conhecer a Amazônia brasileira?
Claro, estava nos planos da próxima temporada! Mas aí o programa acabou. Chegamos a ir à Costa Rica, foi o mais próximo que conseguimos. Honduras também. Brasil e África estavam nos planos, mas a estrutura do programa é muito complicada. Você tem de pedir um favor para um amigo que na verdade leva três meses para terminar, entre produção, viagem, edição...
Você é ligada à causa ambiental, não?
Tenho um [carro híbrido] Prius, o mesmo há cinco anos, não pretendo trocar por um mais novo. Reciclo tudo o que uso, guardo uma tonelada de coisas para reutilizar, como plástico, papel de presente. Escovo os dentes e tomo banho sempre usando pouca água, não encho a banheira até a borda. Tenho um amigo que é arquiteto "verde" e ele deu uma geral para que minha casa fosse compatível com o meio ambiente, coisas assim. Você tem de pensar no que é menos ruim, não só no que é totalmente "verde". Meu lema é: Vamos salvar nós mesmos em vez de ficar só pensando nos ursos polares! (risos)
Que tal dar tantos beijos, abraços e amassos no Jude Law? É tão bom quanto parece, ainda que em cena?
Odeio fazer essas cenas, sempre fico com vergonha da pessoa, dos câmeras, de todo mundo. E fora que sou ultramonogâmica, realmente não vejo graça em beijar um homem quando estou apaixonada por outro. Isso tudo dito, se eu tivesse de escolher um ator para fazer essas cenas, seria o Jude Law.
Mas você passou ilesa por ele, então? Sem riscos de ter um sonho erótico uma hora dessas?
Sou uma mulher de um homem só, é sério. E Jude é superprofissional, estava lá para fazer um trabalho, chegou com todas as cenas decoradas, sugeria maneiras diferentes de fazer cada uma. Mas todas as outras mulheres e vários homens da equipe ficavam literalmente babando quando ele estava por perto.
O personagem de Law diz à sua personagem que ela é a garota mais interessante que ele conhece. Qual foi o melhor elogio que você já ouviu de um homem na vida?
Não soa como um elogio, mas adorei ouvir que era a "cadela mais louca" ["the craziest bitch"] que o cara já tinha conhecido (risos). Claro que depende de quem diz, quando e como diz. Mas foi o máximo ouvir isso daquele cara, daquele jeito, naquele momento.
Qual é seu próximo projeto? Férias no Havaí, talvez?
Não, por enquanto. Vou esperar os turistas irem embora de Los Angeles para poder dirigir meu carro nas ruas sem trânsito. E o Natal da família vai ser na minha casa. Na verdade, deveria estar trabalhando, mas caí fora do projeto de um filme chamado A Little Game Without Consequence porque o roteiro mudou muito e não gostei do que vi. Isso nunca aconteceu comigo, assinei o contrato para fazer um filme e, quando recebi o roteiro final, o filme era outro.
E a sua guerra com os paparazzi. Você andou quebrando umas câmeras, processando uns, sendo processada por outros. Como anda essa relação?
Pensei muito sobre esse assunto e cheguei à conclusão de que tive muita sorte de fazer sucesso só aos 22 anos (quando foi lançado seu primeiro filme, O Máscara, em 1994), então tive a oportunidade de viajar e namorar muito sem ninguém me seguir. Isso não deve mudar mais, então agora tudo que quero é não ver os paparazzi. Se eles quiserem comprar lentes imensas e tirar fotos de longe, tudo bem. Mas não cheguem perto!
Em seus melhores filmes, tem sempre uma seqüência musical marcante, seja uma coreografia, uma música. Em O Amor Custa Caro sua personagem berra a letra de uma música dos Killers assim que chega à Inglaterra. Você é fã da banda do Brandom Flowers?
Eu amo The Killers. Acabei de ver um show deles e foi maravilhoso. Sobre as cenas musicais, não sei como isso começou, mas adoro que tenha virado meio uma tradição. É meu sangue latino... Nunca estudei música nem dança, mas sei que posso confiar no meu ouvido e no meu ritmo.
E por acaso você tem um álbum recém-lançado, ou uma música, preferidos? Do Justin, talvez?
"Sexyback", "Sexyback" e "Sexyback" (do Justin Timberlake). Simplesmente brilhante.
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