Cultuado arranjador fala sobre sua carreira e a relação com o Brasil
Por Antônio do Amaral Rocha
Publicado em 20/07/2011, às 19h56Dificuldades no país
"Quando a gente está aqui, é muito difícil de acertar, a não ser que você tenha um estilo de apelo mais instantâneo. Tenho tocado muito na Europa. Fiz um show recentemente em Lugano [na Suíça] e recebi um prêmio pela minha carreira. Eu sempre sonho: será que no Brasil algum dia eu vou conseguir?"
Gêneros musicais
"Na minha visão, o mundo é composto de músicas diferentes, de estilos diferentes. Eu não tenho medo de estilo, porque eu nunca me casei com nenhum."
O primeiro disco
"Quando fiz Prelude, fiquei em um dilema: será que por ser brasileiro tenho que fazer bossa nova? Naquela época era música de elevador, não podemos esquecer esse detalhe. Por isso levei muito tempo para decidir fazer esse álbum."
Gravadoras
"Eu fiquei muito chateado com o pessoal da [gravadora] Atlantic. O meu último disco solo, Somewhere Out There (1989), ficou muito bom. Quando mostrei na Atlantic, eles disseram: 'Nós não estamos escutando sucesso nenhum aqui'. Foram dois anos de trabalho e aquilo me deu calafrios. E ainda foi lançado junto com o disco do Phil Collins. Imagine se o pessoal ia perder tempo comigo, se eles tinham o Phil Collins para promover!"
Arranjador ou solista
"Para se fazer um show de uma hora você tem 60 horas de aborrecimentos. Ensaios nem tanto, mas viagens, promotor que não paga, promoção que não existe. E fazer um show sem promoção é um desastre. Eu dependo de amigos que me chamam para fazer trabalhos. A amizade é muito importante."