Mais de uma década após ser morto, Sabotage é tema de documentário
Luciana Rabassallo Publicado em 14/01/2015, às 10h33 - Atualizado em 03/04/2018, às 13h45
"Você quer saber o que é o rap nacional? Precisa ouvir Sabotage.” A frase marcante de Paulo Miklos faz parte do documentário Sabotage: O Maestro do Canão, longa-metragem que celebra a vida e a obra do rapper, assassinado em 2003. “Após anos de trabalho, atingimos um resultado satisfatório e que faz jus ao artista que ele foi”, constata o diretor, Ivan Vale Ferreira. “Nossa intenção é contar a história dele com o máximo de detalhes que conseguimos desenterrar. Os fãs que acreditam conhecer profundamente o Sabotage ficarão surpresos.” O filme estreia neste mês.
Para ajudá-lo na árdua tarefa de encontrar registros inéditos do músico, Ferreira convocou o produtor Denis Feijão. “Há pouquíssimo material fílmico do rapper. Esse foi o nosso maior desafio no projeto. Seguimos muitas pistas e acabamos reunindo um verdadeiro dossiê que contém shows, músicas inéditas e cenas de bastidores dos filmes em que ele trabalhou”, conta Feijão.
O documentário reúne 30 entrevistas e conta com trechos em animação. “Não há registro dele na infância e na adolescência, então usamos esse recurso para cobrir alguns buracos. Para mim, esse é um ponto alto do filme”, completa.
O próprio Sabotage teve uma carreira no cinema: atuou em O Invasor, de Beto Brant, e Carandiru, de Hector Babenco. “As pessoas não sabem da importância dele por trás desses filmes. Em Carandiru, por exemplo, ele fez a preparação do elenco, dirigiu algumas cenas e reescreveu o roteiro”, afirma Ferreira.
Segundo o diretor, o documentário é uma forma de manter o legado de Sabotage vivo, além de ajudar a família do rapper. “Nós temos um contrato de autorização de uso de imagens e o espólio tem 50% dos lucros que o filme gerar. Infelizmente, ele não teve tempo de deixar a família em uma boa situação. Por isso, estive o tempo todo em contato com o Wanderson Sabotinha, o filho dele.”
Aos 21 anos, Sabotinha diz ter gostado muito do resultado de O Maestro do Canão. “Eu aprendi muito sobre o meu pai com esse filme. Ouvi histórias incríveis e engraçadas. Ele era realmente especial”, afirma. No momento, Sabotinha está trabalhando ao lado de Tejo Damasceno, Rica Amabis, Daniel Ganjaman e DJ Cia em um disco póstumo de inéditas de Sabotage, com previsão de chegar às lojas no primeiro semestre de 2015.
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