Ex-vocalista do Montage se aproxima do ritmo paraense em trabalho solo
Por Leonardo Dias Pereira Publicado em 17/11/2010, às 16h44
"É um outro momento e não é fácil", diz Daniel Peixoto sobre sua nova fase, agora tendo apenas seu nome estampado nos cartazes. "Ainda mais quando você fez um trabalho anterior tão forte como foi o Montage." Segundo ele mesmo, por esse motivo ele preferiu - antes mesmo de pensar em um disco - lançar algumas músicas e vídeos. "É para as pessoas perceberem que se trata de um novo conceito e uma nova linguagem musical", explica. Desde que seu antigo grupo encerrou atividades, o cearense de fala tranquila e fluente, atualmente radicado em São Paulo, vem juntando ideias, fragmentos musicais e, principalmente, amigos talentosos para se reinventar e ressurgir definitivamente, focando na música brasileira e seu poder de despertar sentidos, no lugar da violência performática. "Propus aos produtores inserir qualquer referência brasileira que coubesse nas músicas. Tanto que muito das batidas são mais para o lado da percussão, bem orgânico e tem até alguns tamborins. Até brincava com eles que tínhamos que tirar um som de churrascaria", anima-se, para completar: "No Montage éramos muito radicais. Era quase que uma regra não ter nenhuma referência à música brasileira de qualquer gênero. Agora eu quis dar uma tropicalizada".
Mastigando Humanos contou com a produção conjunta de Killer on the Dance Floor, DJ Chernobyl (Comunidade Nin-Jitsu), Disco Killah, Carlos Eduardo Gadelha (O Jardim das Horas) e do antigo parceiro Leco Jucá, e o processo foi todo fragmentado e feito em estúdios caseiros, levando pouco mais de um ano e meio para a conclusão. Na "pós-MPB" - como ele gosta de classificar sua nova sonoridade - de Daniel Peixoto, o tecnobrega paraense teve grande destaque, arrebatando-o após várias viagens à capital daquele estado. "O forró [gênero predominante em sua terra natal] e o tecnobrega são muito parecidos. Tipo o rock e o electro. Apesar da produção ser diferente, a métrica das músicas é idêntica. Na minha última ida a Fortaleza deu pra sacar que os gêneros estão se aproximando." O interesse pelo tecnobrega fez com que ele se aproximasse de Gabi Amarantos, a grande portabandeira do gênero paraense, e toda música de seu disco solo ganhava um remix tecnobrega feito pelo DJ Mau Mix assim que ficava pronta e era distribuída entre as famosas "aparelhagens" (os trios elétricos do tecnobrega) do Pará. Sobre a possibilidade de ser chamado de oportunista, já que o gênero paraense vem ganhando força ultimamente, Daniel fuzila: "Vem uma banda de Curitiba como o Bonde do Rolê, se apropria do funk carioca e joga no mundo. A música é uma coisa aberta. Se eu não gostasse do tecnobrega e tirasse lucro em cima dele, aí sim estaria estuprando algum valor meu".
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