Ícones dos anos 80 retomarão as carreiras, mas olhando para a frente
Por Guilherme Bryan Publicado em 11/05/2011, às 15h24 - Atualizado em 23/09/2013, às 13h05
RPM, kid abelha e barão Vermelho, três bandas surgidas na década de 80, estão prestes a voltar a fazer shows e a gravar - e parece que desta vez todos apostam em um retorno longo, sem data para se encerrar.
O vocalista Roberto Frejat e companhia estão de férias há quatro anos. Porém, em setembro de 2010, o baterista Guto Goffi reuniu, em uma das faixas de seu primeiro CD solo, a formação original do Barão Vermelho, que contava com, além dele e de Frejat, Dé Palmeira e Mauricio Barros. A única ausência, obviamente, foi a de Cazuza. Esse encontro não ocorria há mais de 20 anos e deve voltar a se repetir em 2012, quando se completam 30 anos do lançamento do primeiro e homônimo álbum da banda. Ainda não há muitas definições rigorosas, tanto que Frejat anunciou que se apresentará sozinho no Rock in Rio, entre o final de setembro e o começo de outubro. "O Barão Vermelho não estará no Rock in Rio, embora tenha sido convidado", revela Goffi. "Também não desejamos qualquer espécie de homenagem para que, quando voltarmos para comemorar os 30 anos, o nome da banda esteja cada vez mais forte e as pessoas com muita vontade de nos assistir. Seria sacanagem dar um aperitivo no festival e não o prato principal." Para o baterista, não se trata exatamente de uma volta, uma vez que a banda sempre se reunirá quando sentir necessidade, mas não para exatamente retomar a carreira.
Antes da volta do Barão, chegará às lojas um álbum inédito do RPM, que já se separou duas vezes, em 1989 e 2002, por divergências artísticas. Paulo Ricardo (vocal e baixo), Luiz Schiavon (teclado), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo P.A. Pagni (bateria) começaram a pensar em se reunir novamente em 2008, quando foi lançada uma caixa comemorativa pelos 25 anos de carreira do grupo, uma biografia (Revoluções por Minuto) e, no ano seguinte, um programa na televisão (Por Toda Minha Vida, da Globo). "A intenção é que seja uma volta duradoura, com pelo menos três álbuns", anuncia Schiavon. "Vamos entrar em estúdio logo e faremos um álbum de inéditas e, depois, uma turnê, logicamente incluindo os hits dos outros álbuns." A turnê deve incluir uma apresentação no Rock in Rio. "[Em 2002] tivemos desentendimentos por questões ligadas aos rumos musicais da banda e acabamos não gravando um disco de inéditas. Hoje, estamos em ótima sintonia", garante.
O Kid Abelha também está de volta, após ausência iniciada em 2007, quando a vocalista Paula Toller e o saxofonista George Israel partiram para a carreira solo. Os dois se reuniram com o guitarrista Bruno Fortunato, no ano passado, para tocar no Brazilian Day, em Tóquio, no Japão, e, desde o início deste ano, fazem shows de pré-temporada em cidades como São Vicente (SP). Procurados pela Rolling Stone, George Israel e a assessoria da banda disseram que ainda estão em processo de volta e elaborando estratégia de imprensa. Há indícios de que o Kid Abelha pode lançar um novo álbum ainda em 2011, mas não se sabe se seria ao vivo ou com canções inéditas em estúdio.
Para Goffi, um retorno do Barão só vale a pena se for algo sólido. "Nós precisamos respeitar a nossa obra fazendo algo que nos estimule, já que estamos quase com a idade dos Rolling Stones", brinca. "O rock da década de 80 foi muito sólido, com grandes bandas, muitas das quais se mantêm até hoje", acrescenta Schiavon. "O público conhece os hits da época. Então acho natural que ocorram as reuniões desses artistas."
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