Quase uma década depois de se separar, o Sleater-Kinney descobre que ainda tem poder de fogo
Jonah Weiner | Tradução: Ana Ban Publicado em 17/04/2015, às 15h47 - Atualizado em 21/04/2015, às 14h20
Sleater-Kinney – Janet Weiss na bateria, Carrie Brownstein e Corin Tucker nos vocais e guitarras – já tinha gravado seu posto no panteão indie quando
anunciou um “hiato indefinido”, em 2006. Cinco anos antes a revista Time havia classificado o trio como a melhor banda de rock dos Estados Unidos; entre os fãs estavam Eddie Vedder, que as convidou para abrir shows do Pearl Jam em 2003, e Lena Dunham, que viu o grupo ao vivo quando era adolescente e ficou emocionada, segundo ela, por causa da “mistura fantástica de força e habilidade pura” que vinha do palco.
A banda nasceu em Olympia, estado de Washington, o epicentro do movimento feminino do punk conhecido como riot grrrl. “Eu pensava: ‘Este é o som que o meu coração faria se eu pudesse amplificá-lo’”, diz Carrie Brownstein, relembrando a cena. “Às vezes, com a família, você fica tipo: ‘Como é
que você pode ser tão próximo de mim e não me enxergar?’ E daí, de repente, você se vê retratada em uma canção.”
Apesar dessa íntima ligação com a música, em meados dos anos 2000 as três integrantes estavam cansadas. Tiraram o plugue da tomada e, durante
anos, não houve motivo para considerar uma volta. Janet se concentrou em outros projetos musicais. Corin se voltou para a carreira solo e para os
dois filhos. E a fama de Carrie cresceu exponencialmente em apenas quatro anos, devido à participação dela na criação da série de esquetes Portlandia (audiência média: cerca de 5 milhões de espectadores por temporada), sendo mais reconhecida do que jamais fora em duas décadas com o Sleater-Kinney (venda total de álbuns: 596 mil).
Então, em uma noite de 2012, Carrie estava na casa de Corin, em Portland. Ali, despretensiosamente, elas começaram a falar sobre uma reunião;
em pouco tempo, estavam ensaiando. No início de 2014, Carrie começou a dar indiretas em entrevistas de que a banda poderia voltar – para o público, foi uma grande surpresa, mas as declarações na verdade eram parte de uma estratégia: “Naquela época, é provável que [o novo disco] No Cities to Love já estivesse pronto”, conta Janet. O álbum saiu no início do ano com algumas das músicas mais certeiras e fortes que o Sleater-Kinney já fez. “Carrie disse: ‘Se vamos fazer isto, tem que ser uma renovação total’”, conta Corin. E foi exatamente o que elas fizeram. “Era tudo ou nada. Nós simplesmente
mandamos ver.”
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