Redação Publicado em 04/12/2015, às 13h48 - Atualizado às 13h58
Quando Weiland lançou Blaster, em março deste ano, o disco marcou o primeiro trabalho de inéditas em estúdio do músico desde o malfadado disco de reunião do STP meia década antes. E com uma nova banda, a Wildabouts, ao seu lado, o vocalista parecia verdadeiramente energizado. "White Lightning", primeiro single do álbum, é alimentado por uma batida monstruosa sobre a qual a voz rouca de Weiland narra um “conto caipira”.
O segundo disco solo de Weiland, “Happy" in Galoshes (2008), é onde as influências setentistas de glam mais brilham (aliás, ele gravou "Fame", de David Bowie, aqui), e em nenhum outro lugar isso fica mais aparente do que em "Missing Cleveland", uma explosão tecnicolor de glitter-pop.
A sonoridade faz dela uma espécie de prima de "Fall to Pieces". Mas o assunto tratado é ainda mais pesado, fazendo alusões à morte de Michael. Weiland canta sobre o tempo consertar as coisas, mas a dor na voz dele faz com que seja difícil de acreditar. Ele foca na luta mencionada no título, a própria batalha dele contra o vício e é isso que deixa a música inegavelmente tocante.
Enquanto o Velvet Revolver estava trabalhando no segundo disco, Libertad, o irmão mais novo de Weiland, Michael, morreu em decorrência de complicações cardíacas após anos abusando de drogas. O vocalista escreveu esta letra como um tribute ao irmão falecido, mas o resultado não é uma balada chorosa. A faixa capta não só o luto de Weiland, mas também a raiva.
A power ballad de sucesso seguia a melhor tradição do Guns N' Roses. Quando uma parte do GNR formou o Velvet Revolver com Weiland, ele não passou a contribuir com a banda apenas com uma voz profunda. Ele imbuiu a música do grupo da própria biografia. Esta música é sobre como o vício em heroína fez com que ele tivesse de se separar da esposa, Mary. Naquele ano, Weiland disse para a Rolling Stone EUA sobre o término: "Ela sentou no meu peito e disse, ‘eu não preciso de uma criança, eu preciso de um homem'." "Fall to Pieces" se tornou o maior hit do Velvet Revolver.
Weiland deu uma guinada glam com o supergrupo Velvet Revolver. Com três ex-integrantes do Guns N' Roses – Slash, Duff McKagan e Matt Sorum – e o guitarrista Dave Kushner, o cantor ajudou a criar discos de hard rock divertidos e sexy de forma inovadora. "Slither" foi o maior sucesso, com um baixo imediatamente reconhecível de McKagan, solo icônico de Slash e uma das melhores performances vocais de Weiland.
O STP retornou às raízes do grunge com esse rock cheio de marra, que saiu no disco de 2003 Thank You. Aqui, há pouco dos vocais cheios de camada que distinguiam os melhores singles do grupo (como "Interstate Love Song" e "Big Bang Baby"). Mas o que falta de “finesse” sobra em musculatura. Isso é Stone Temple Pilots na época de Core, cheio de refrãos massudos.
É fácil colocar o Stone Temple Pilots na mesma caixinha onde está o resto da gangue grunge, mas a banda também abusou do glam setentista, especialmente quando Shangri-La Dee Da foi lançado em 2001. "Days of the Week", do quinto álbum do grupo, era cheio de guitarras dissonantes e harmonias, com Weiland detalhando sua descida diária ao inferno dos relacionamentos.
Considere que isto é “Weiland Acústico”. Para "Sour Girl", do disco No. 4, o grupo usou basicamente instrumentos acústicos e produção simples. Saíram todas as afetações da voz de Weiland também: é o vocal mais direto dele até então. Este foi o único single do STP a chegar na parada Hot 100.
Primeiro single do terceiro disco do STP, Tiny Music ... Songs From the Vatican Gift Shop, "Big Bang Baby" tem um poder cru. A canção traz Weiland, como muitos rockstars antes dele, dissecando a própria fama e antecipando uma queda inevitável. "Venda sua alma para assinar um autógrafo”, ele canta, antes de dizer “nada é de graça”.
Um ano depois de o STP ter lançado Purple, Weiland partiu para outra com o Magnificent Bastards. O projeto durou pouco. A primeira música lançada foi "Mockingbird Girl", que apareceu primeiro na trilha do fracasso de bilheteria Tank Girl – Detonando o Futuro (1995). Essa faixa foi o arauto de um caminho musical mais aventureiro para Weiland. Quando ele lançou o primeiro álbum solo, 12 Bar Blues, três anos mais tarde, uma nova versão de "Mockingbird Girl" foi inclusa.
Poucas músicas têm títulos tão aptos quanto esta, possivelmente o hit do STP que mais perdurou nas rádios e, sim, uma das melhores músicas para se ouvir dirigindo. A canção é tudo que a primeira leva de singles da banda não é: animada e desencanada. E é Scott Weiland quem carrega esse humor, colocando as graves cordas vocais para trabalhar.
O Stone Temple Pilots eram os reis da power ballad dos anos 1990, colocando o próprio e excelente toque triste no estilo aperfeiçoado pelos deuses da arenda na década de 1970 e os mestres do glam oitentistas. A banda teve vários clássicos dentro do estilo, mas "Big Empty" merece uma distinção especial pela maneira como transforma o que deveria ter sido apenas um chiste em algo épico. É um exemplo perfeito da versatilidade de Weiland.
Weiland e os colegas de banda se refestelaram confortavelmente no sucesso mainstream, retornando depois de Core com ainda mais força e o álbum Purple. O eficiente segundo single "Vasoline" examinou as partes mais difíceis da fama de Weiland, especialmente a dependência de drogas, que só piorava e que ele escondia dos entes queridos. "[’Vasoline’] fala sobre ficar preso na mesma situação toda hora", Weiland escreveu em sua autobiografia Not Dead and Not for Sale. "É sobre se tornar um viciado, mentir para Janina [Castaneda, a primeira esposa de Weiland] e mentir para a banda sobre meu problema com heroína.”
Ninguém empunhava um megafone tão bem quanto Weiland. Embora o acessório tenha se tornado nada mais do que uma muleta durante as trágicas performances recentes com o Wildabouts, na época de ouro do STP os fãs comemoraram quando Weiland pegava o megafone e começava "Crackerman".
Weiland lida com inocência e inocência perdida nesta faixa de Core. "Wicked Garden" se destacou tanto dentro do disco que mesmo nunca tendo sido lançada como single acabou escalando as paradas.
Quase 25 anos depois, boa sorte tentando decifrar o que realmente quer dizer "Estou cheirando como a rosa que alguém me deu no meu aniversário no meu leito de morte”. Mas uma coisa é certa: qualquer um que tenha crescido no início dos anos 1990 consegue imitar o canto à capela de Weiland. Até hoje é uma das faixas mais conhecidas do grupo, tanto que a recente turnê solo de Weiland, que tinha só algumas músicas do STP no setlist, incluía "Dead and Bloated".
Weiland e a banda conseguiram captar o delicado equilíbrio entre emoção crua e coragem nesta balada grunge. O single do disco de estreia Core (1992) traz um jovem Weiland contemplando como ele é "metade do homem que costumava ser”.
"Plush" continua sendo o maior hit e a faixa mais reconhecida do STP. O vocal de Weiland voa alto com a melodia da canção e é grudento o suficiente para fazer com que você não perceba o quão pesada é a letra. "A letra é baseada em uma história real”, disse Weiland no programa de TV da VH1 Storytellers. "Uma garota foi sequestrada e depois encontrada morta de uma forma horrível no início da década de 1990. Isso me inspiração para escrever a música, mas ela não é exatamente sobre isso. É meio que uma metáfora para uma relação obsessiva."
Mesmo fazendo apenas um ano desde o lançamento de “Jeremy", do Pearl Jam, "Sex Type Thing" repercutiu como um manifesto forte, especialmente vindo de uma banda ainda desconhecida e seu single de estreia. Inspirado pelo estupro de uma antiga namorada, a canção traz Weiland se jogando em um bizarro exercício de role-playing, dando ao seu machismo natural um propósito de ameaça estilizada. Musicalmente, a faixa estabeleceu uma marca registrada de Weiland: cantar baixo nos versos e alto no refrão.
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