Neil Young fala sobre o recém-lançado disco de versões e a amizade com Jack White.
David Fricke Publicado em 13/06/2014, às 17h00 - Atualizado em 14/08/2014, às 12h08
“Não gosto do termo ‘álbum de covers’”, diz Neil Young sobre o novo trabalho dele, A Letter Home. O disco mais se parece com uma caixa de lembranças do músico: versões de canções de artistas que o inspiraram na juventude, incluindo Phil Ochs, Bert Jansch e o canadense Gordon Lightfoot, feitas no final do ano passado em uma cabine de gravação Voice-O-Graph de 1947 na gravadora Third Man
Records, de Jack White, em Nashville. “Eram músicas que eu ouvia enquanto pensava no que fazer da vida”, o veterano define.
Jack White compartilha com você as paixões por independência e pela magia escondida na tecnologia. Ele é uma versão jovem sua?
Jack é original. Vi gente original minha vida toda. Absorvi o que eles tinham, peguei aquilo e transformei em mim mesmo. Esse é o processo folk. Jack faz isso até certo ponto. Ele também me lembra Charlie Chaplin, por causa da natureza afetuosa dele, as escolhas curiosas. Ele é brilhante de um jeito novo.
Quais foram os primeiros discos que você lembra de ter comprado na vida?
Eu me lembro dos [singles] “It’ll Be Me”, do Jerry Lee Lewis, e “Bop-A-Lena”, de Ronnie Self, que grita muito, é um selvagem. Eram cheios de espírito, não me cansava deles.
Os fãs podem perguntar como essas músicas te levaram a escrever “Heart of Gold” e o disco Harvest.
Você não sabe o que está por vir. Desde que não préjulgue o que está depois da esquina, consegue ver aquilo com novos olhos. É assim que componho. Independentemente de como acontecer, tento ser fiel a deixar acontecer, sem que eu influencie. É meu mantra.
Você gosta de máquinas vintage – carros antigos, por exemplo. Também era fã de gravadores de fita quando criança?
Vi [o guitarrista] Les Paul ao vivo em um clube em Winnipeg com minha mãe. Ele usava um gravador de fita [no palco] para as partes de duplicação. Foi como se ele e Mary Ford estivessem gravando um disco na nossa frente. Você via o Les e, de repente, tinha toda aquela gente cantando, tudo acontecendo. Ele começou do nada – fazendo algo novo que não existia antes.
Você tem um novo álbum a caminho para incluir as músicas que está compondo?
Estou explodindo agora, não sei o que vai acontecer. O palco era meu estúdio particular. Álbuns como Rust Never Sleeps são totalmente ao vivo. Tirei a parte do público. Toco melhor diante das pessoas. Agora, isso sai no YouTube. Essas novas pérolas que estão por aí – não quero expô-las de um jeito descontrolado, gradual. Estou tentando ser criativo na forma de lidar com isso.
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