<b>Intimidade</b><br> Bob Burnquist mostra a pista particular da casa que mantém no Rio de Janeiro. - Fabio Bitão

Sessão em Casa

Programa Skate no Quintal mostra pistas particulares construídas pelo Brasil

Luciana Rabassallo Publicado em 15/08/2014, às 16h05 - Atualizado em 29/08/2014, às 16h17

Na década de 1990, Roberto T. Oliveira começou a registrar em vídeo o crescimento da prática do skate no Brasil. “Foi o tempo em que os jovens estavam nas ruas e o esporte pegou por aqui”, ele relembra. Passados mais de 20 anos, Oliveira reuniu os amigos que fez na época para mostrar, na série Skate no Quintal, pistas particulares

em diversos pontos do país. O programa, que acaba de estrear no canal pago Off, conta com a participação de especialistas do esporte, desde nomes pouco conhecidos

a astros como Bob Burnquist, Mauro Mureta e Biano Bianchin. “O grande lance do Skate no Quintal é mostrar uma reunião íntima de amigos para uma sessão de skate”, explica o criador e produtor. “A privacidade é o que motiva uma pessoa a ter uma rampa em casa.”

Pistas particulares não são comuns – e, de cara, podem parecer restritas a uma pequena elite. “As pessoas geralmente acham que para ter uma pista de skate em casa é necessário ter muito dinheiro, mas isso não é uma verdade absoluta”, afirma Oliveira. “O mais surpreendente da série são as histórias de pessoas que não têm grana, mas fazem a pista de qualquer jeito.” Ele conta que duas das rampas que mais impressionaram a equipe ficavam na periferia – uma delas em uma casa de quatro cômodos. Em 13 episódios, Skate no Quintal apresenta mais de 40 pistas espalhadas por São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis. “Fiquei surpreso com o grande número de rampas que descobrimos durante a pesquisa. No começo, achávamos que a quantidade não daria nem para fazer uma série”, explica o produtor, que diz já ter material suficiente para uma segunda temporada. Para ele, a demanda é um sinal do entendimento de que o skate não é uma atividade marginal e da aceitação dele como esporte. “A série mostra que o público do skate amadureceu. São advogados, médicos e empresários que praticam, pessoas que começaram na década de 1980 e nunca abandonaram o skate. Muitos deles têm pistas em casa para dar um rolê com os filhos.” Ainda que haja uma variedade de personagens, Oliveira afirma que a protagonista do programa é sempre a pista. “A ideia, na verdade, é mostrar como elas foram pensadas, executadas e concebidas”, ele conta. “O foco está sempre na rampa. Ela é a grande estrela do programa.”

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