Cantora Sharon Jones, que virá ao Brasil em junho, nega ser parte de um revival
Por Paulo Cavalvanti
Publicado em 16/06/2011, às 10h38Vários nomes atuais têm contribuído pelo retorno ao interesse da soul music. Mas ninguém tem sido tão importante para isso quanto a cantora norte americana Sharon Jones, que vem ao Brasil pela primeira vez para se apresentar no BMW Festival, em junho, em São Paulo. Aos 54 anos, Sharon lançou vários CDs cultuados ao lado de seu grupo de apoio, The Dap-Kings.
Falando por telefone com seu carregado sotaque do sul dos Estados Unidos, ela reforça que não faz parte de movimento algum. "Bem, falam muito de artistas que estão redescobrindo a soul music, mas eu não me considero parte disso", diz. "Talvez isso seja válido para quem está começando agora. Eu sou autêntica, não faço parte de qualquer tipo de revival. Veja, sempre estive mergulhada na música: quando menina eu já cantava na igreja. Sempre de raiz. Não tive chance de gravar quando era mais jovem e meu nome só veio à tona de uns dez anos para cá.Talvez seja por isso."
Uma das chaves do sucesso de Sharon Jones é o Dap-Kings. A convite do produtor Mark Ronson, a banda participou de metade das faixas de Back to Black, sucesso gigantesco de Amy Winehouse. "Amy é um grande talento e fiquei contente que os rapazes tenham contribuído para o sucesso do disco dela", conta, diplomática. "Isso mostra que trabalho com os melhores. Foi proveitoso. Toda essa coisa em relação a Amy foi muito boa para que o meu trabalho e o do Dap-Kings ficasse mais conhecido."
Sharon grava no selo Daptone e admite que a pouca estrutura de sua gravadora às vezes atrapalha. "Somos pobres", explica. "Mas eu sei que o pessoal está trabalhando para melhorar a distribuição. Vou passar pelo Brasil sem que meus discos tenham sido lançados aí. Espero que essa situação mude. Também me cobram muito um DVD ao vivo. Isso está nos planos, mas precisamos levantar fundos, já que essas coisas custam muito e, como falei, ainda não temos condições para tanto."