Selton Mello encara a terceira empreitada como diretor no metalinguístico O Filme da Minha Vida
Stella Rodrigues Publicado em 30/07/2017, às 13h51 - Atualizado às 13h54
‘‘Cinema é a arte de sublimar tudo que vivemos”, diz Selton Mello, mais inspirado do que nunca pela sétima arte. Ele chega aos cinemas no começo de agosto com sua nova empreitada como diretor, O Filme da Minha Vida, baseado no livro Um Pai de Cinema, do chileno Antonio Skármeta (O Carteiro e o Poeta). “Ele assistiu a O Palhaço e achou que eu era o cineasta brasileiro que deveria adaptar esse livro, porque enxergou um parentesco em nossa forma de ver a arte”, relembra Mello. “Quando o Skármeta me ligou, achei que fosse trote [risos]. Quando li, entendi que estava diante de algo de rara beleza”, conta o ator e diretor, que também faz uma ponta.
O longa conta a história de um jovem professor de francês (Johnny Massaro) que foi abandonado pelo pai (Vincent Cassel). A trama se passa na bela Serra Gaúcha nos anos 1960. “Foi um prazer enorme mergulhar nesse outro tempo. O tempo do rádio, portanto o tempo da imaginação. Sem o ruído da modernidade. E a trilha sonora leva você a uma linda viagem no tempo, nos costumes dessa trama passional”, diz ele, encantado também com as possibilidades metalinguísticas da obra. “É uma grande homenagem ao cinema. Mas principalmente é uma grande celebração do lado luminoso da vida”, define. “Cinema é sonhar acordado. Não importa o que acontece lá fora. O mundo continua a girar, o tempo não para, mas quando um filme te captura você sente, vive, é absorvido por aquela história. A mágica se realiza quando você se identifica com o que vê. Quando isso acontece, o cinema cumpriu seu papel – tocou você. Isso é sublime. E transcendental.”
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