Ilustração feita por Billy para a Rolling Stone Brasil. - Ilustração; Butcher Billy

Super-heróis do Pós-punk

Artista Butcher Billy faz mistura única entre as HQs e as músicas que ama

Estefani Medeiros Publicado em 11/03/2016, às 13h14 - Atualizado às 13h23

Esó digitar Butcher Billy no Google para invariavelmente se deparar com uma ilustração de Ian Curtis vestido de Batman e fumando um cigarro. “Amo Joy Division, acho sagrado”, conta o artista curitibano que associou o ícone do pós-punk à persona mais angustiada dos quadrinhos. Meses depois, a imagem já havia sido publicada em páginas do Brasil à China.

A arte rendeu um contato do baixista Peter Hook, que foi colega de banda de Curtis no Joy Division. “Ele me escreveu no Twitter e começou a curtir todas as minhas fotos no Instagram. Não estava acreditando que era o próprio. Até que um dia ele me enviou um e-mail dizendo que se Curtis estivesse vivo, com certeza gostaria de ser o Batman. Mandei uma arte, e ele a usou como cartaz de um show em Londres. Depois me devolveu uma versão autografada.”

Nascido no fim da década de 1970, o curitibano Butcher Billy, alter ego de Billy Mariano, teve os quadrinhos década de 1990 como playground. O talento para ilustrar fez com que deixasse o trabalho em uma agência de publicidade para ser cartunista do pop e ganhar destaque na MTV norte- americana e nos veículos britânicos NME e The Guardian.

Fã especialmente de punk e pós-punk, Billy também recebeu recados de Howard Devoto, eterno vocalista do Buzzcocks, transformado pelo artista no vilão Coringa. Em sua série mais recente, Billy adaptou as letras do The Cure para quadrinhos pulp. “Robert Smith é um personagem de terror na música. Tim Burton se inspirou nele para criar Edward Mãos de Tesoura,

Neil Gaiman se inspirou nele para escrever Sandman. The Cure é dark, gótico, tudo a ver com esse tipo de história.”

Apesar de a internet ser terreno fértil para fan arts, Billy não se preocupa em diferenciar o trabalho que cria a partir de detalhes técnicos – o foco dele são as referências que só os fãs conseguem reconhecer. “Prefiro me apegar ao conceito, às músicas, à história do artista”, explica.

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