Ex-guitarrista do Police se une a Fernanda Takai para projeto que inclui disco de músicas inéditas e shows
Tiago Agostini Publicado em 06/07/2012, às 12h35 - Atualizado às 12h35
Andy Summers e Fernanda Takai se conheceram em 2009, no Rio de Janeiro. O inglês, ex-guitarrista do The Police, gravava na cidade o DVD United Kingdom of Ipanema, ao lado de Roberto Menescal. Uma das participações especiais seria a de Fernanda, cantando “Insensatez”. Colhendo os frutos do sucesso de seu primeiro disco solo, Onde Brilhem os Olhos teus, só com canções de Nara Leão, ela havia ganhado certo status de “diva tardia” da bossa nova. O registro vocal económico e o timbre doce da cantora conquistaram o guitarrista, que a convidou para gravar um disco em parceria, Fundamental, que sai em julho no Brasil (e depois nos Estados Unidos, no Japão e na Europa).
Quando recebeu o e-mail com a proposta, Fernanda não tinha ideia de como seria sua participação. “Pensei que cantaria duas músicas, algo especial apenas”, comenta. Mas Summers se dedicou a compor um disco inteiro pensando na voz dela. Para isso, ouviu os trabalhos anteriores da cantora, inclusive os do Pato Fu. A dupla partiu de cerca de 20 canções para chegar às 11 do disco. “Escolhi as músicas, defini quais teriam versões [na edição brasileira, são cinco em português e seis em inglês]”, ela explica. “Foi mais que intérprete, ele me queria como artista.”
“Ela tem um jeito muito simples, direto e afinado de cantar”, elogia Summers. “Ela não poderia cantar como Aretha Franklin, então não podia fazer um disco de blues pesado para ela.” Fernanda gravou todas as vozes, incluindo backing vocals, em uma temporada de nove dias no estúdio do guitarrista, em Venice, Califórnia, em fevereiro deste ano. Para fazer a parte rítmica, Summers chamou o percussionista Marcos Suzano e Abraham Laboriel Senior no baixo. O inglês se encarregou de todo o resto, segundo a brasileira. “Ele é muito sério, não tem preguiça de trabalhar. Se precisar, repete um take 17 vezes até ficar bom.”
Habitué do Brasil – pelas contas dele, vem ao país pelo menos uma vez por ano, a trabalho ou não, desde 1996 –, Summers conta que a bossa nova é uma velha companheira de formação musical. “Quando tinha uns 16 anos, estava aprendendo alguns acordes de jazz e esbarrei na bossa nova. Aquilo teve um apelo em mim que dura até hoje.” Ele assume que foi um desafio compor um disco inteiro de música brasileira, mesmo que a influência dela esteja por toda sua extensa carreira, de quase 50 anos. “A bossa nova é um ritmo muito sexy. Sei que muitos consideram o samba como o ritmo nacional, mas, para mim, a bossa é a essência do Brasil.”
A dupla agora prepara uma série de shows por aqui, em outubro. “Eu e o Andy já não temos o perfil de fazer grandes turnês”, ela comenta. Mesmo sem planos concretos, a cantora vislumbra datas no exterior para 2013. No repertório estarão provavelmente todas as músicas do disco, algo do trabalho solo dela e, inevitavelmente, uma ou duas canções do Police. “Não faz sentido não tocar”, diz. Para os fãs, pode ser uma oportunidade única de ver Summers ainda tocando as músicas do antigo grupo dele com Sting, já que ele refuta uma possível volta após a estafante turnê de 2008 (que passou pelo Rio de Janeiro). “Ficaria muito feliz se voltasse, mas aquela turnê foi tão grande que seria difícil equiparar hoje. Acho que aqueles foram os últimos shows do Police”, diz.
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