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Uma Segunda Chance

O difícil caminho percorrido pelo Faith No More até chegar a um retorno épico

Christopher R. Weingarten Publicado em 07/08/2015, às 15h09 - Atualizado em 10/09/2015, às 15h56

"Olá, Cleveland”, diz o líder do Faith No More, Mike Patton, para ninguém em particular, nos bastidores de um show em Vancouver. É a primeira grande turnê dos integrantes pela América do Norte em 17 anos e o simples fato de eles estarem aqui já é um pouco surpreendente. O grupo de São Francisco implodiu em 1998, depois de enfrentar problemas com a gravadora, crises internas e os desafios que vêm com o título de banda mais idiossincrática do rock alternativo.

O Faith No More chegou ao Top 10 em 1990 com “Epic”, uma fusão ambiciosa de metal, funk e hip-hop que sugeria que havia algo no rock além do hair metal. Mas depois que The Real Thing (1989) ganhou disco de platina, a banda pareceu fazer o possível para garantir que isso não ocorresse novamente. O trabalho seguinte, Angel Dust (1992), era confuso e recheado de samples, completamente anticomercial.

Em 2015, a banda lançou Sol Invictus, o primeiro álbum desde 1997. A decisão de voltar não foi fácil: “Quando éramos problemáticos, nós nos separamos”, conta o baixista, Billy Gould. “Olhar para trás e pensar ‘Bom, fui um babaca na época. Se tivesse me comportado diferente, como poderia ter sido?’... Na verdade, esse lado tem valido a pena.”

A primeira reunião não oficial do FNM começou no fim de 2008, logo antes da votação de uma proposta que proibia o casamento gay na Califórnia. Encorajado pelo movimento para impedir a aprovação da lei, o tecladista, Roddy Bottum, se casou com o namorado, com Patton e o baterista, Mike Bordin, entre os convidados. A partir daí, uma convivência maior levou a ensaios e aos primeiros shows, em uma excursão que fez uma parada no Brasil em 2009. Depois de mais uma pausa, a banda voltou a se juntar e, em 2014, começou a trabalhar em Sol Invictus. “Não havia nuvens negras pairando”, conta Patton. “Gravei os vocais em casa, de pijama.”

Ao vivo, Patton é tão intenso quanto nos velhos tempos. Em Vancouver, quando alguém joga um isqueiro no palco, o vocalista o acende e lambe a chama, como um artista de circo. Na nova passagem por aqui (eles também se apresentarão em São Paulo), a energia não deverá ser diferente.

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