Redação Publicado em 21/01/2013, às 18h30 - Atualizado às 18h56
O caos de concreto pegou Caetano Veloso de jeito. De um jeito que fez com que a música de Muito - Dentro da Estrela Azulada, disco longe de fazer sucesso comercial, fosse alçada à grande hino em homenagem à cidade. E, veja bem, a disputa é acirrada com "São, São Paulo", de Tom Zé, "São Paulo, São Paulo", de Premeditando o Breque, e, mais recentemente a árida "Não existe amor em SP", do rapper-convertido-a-cantor Criolo.
Em londres, é difícil fugir da paranoia punk do fim dos anos 70 do The Clash e seu "London Calling". O The Kinks nunca chegou ao nível de popularidade de outras tantas bandas inglesas que cruzaram o Atlântico e chegaram aos Estados Unidos, como os gigantes Beatles, Rolling Stones, David Bowie, The Who e o próprio Clash. Mas, diz a lenda, tudo se trata de um preconceito contra os dentes tortos de Ray Davies, voz, guitarra e rosto da banda. Só que os versos dele sabiam identificar o cotidiano operário londrino como poucos – até hoje. É o caso de "Waterloo Sunset", um dos maiores sucessos do grupo, lançado originalmente em 1967, cujo tema trata de uma visão melancólica do interlocutor sobre um casal apaixonado caminhando pela ponte próxima à estação de Waterloo, de trem e metrô, ao pôr do sol. Coisa fina. E que os fãs do punk do Clash nos perdoem.
"Autumn in New Yor", de Vernon Duke, gravada um incontável número de vezes por gente como Billie Holiday, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald, é um dos grandes hinos da cidade capital do mundo. Indo mais para trás, há “New York, New York”, cantada com gosto por Frank Sinatra. Já voltando à música contemporânea, "Empire State Of Mind", cantada por Alicia Keys e Jay-Z, indica as várias faces da metrópole. Mas em vez de ovacionar a cidade e esquecer da árida vida por lá, James Murphy, com o LCD Soundsystem, preferiu dar voz à alegria agridoce e sombria de se viver Big Apple em "New York, I Love You But You're Bringing Me Down". Uma declaração de amor desesperada, perdida e sem perspectiva. E, claro, lindíssima.
Ainda fugindo do óbvio, sem negligenciar o passado, nossa próxima parada é Paris, na França. E que tal se nós, um dia, vivêssemos em Paris? A proposta soa tão tentadora hoje quanto na década de 20. É a magia de Paris, ainda eterna, que foi captada pelo pop-eletrônico do Friendly Fires e fez com que a banda explodisse nas pistas de dança. Afinal, falar de Paris já é começar o jogo vencendo de 1 a 0.
Aqui um embate duro entre as garotas de pele dourada dos Beach Boys ("California Girls") com a mulher de Los Angeles cantada por Jim Morrison O grupo de Brian Wilson, embora com a força da sua surf music efervescente, levou a pior contra o Rei Lagarto Morrison e sua obsessão de mais de sete minutos pelas mulheres de Los Angeles, no último disco gravado por ele com o The Doors.
Faixa que abre o disco de mesmo nome, lançado em 1973, expõe, numa crônica de solidão, fragmentos do que era viver em Berlim durante os tempos do Muro, na Guerra Fria. Da mesma época, "Holiday in The Sun", do Sex Pistols, também chegou a tratar do assunto, mas Reed levou pela obra toda que segue depois de "Berlin", a música, até o fim de Berlin, o disco.
"Do Leme ao Pontal" - Tim Maia
Talvez o pessoal da bossa nova não goste da escolha, afinal, o que seria do Rio de Janeiro sem a bossa, ou o que seria dela, se não fosse o Rio. Provavelmente, tudo seria mais cinza e menos belo. Mas um tal de Sebastião conseguiu em poucas palavras e muita vibração transformar a música em festa e em calor carioca. A letra, é claro, não chega à delicadeza de Tom e João Gilberto, mas traz o que é necessário para a festa. Uma dança empolgante de soul, com percussão, guitarras elétricas, metais e, claro, o vozeirão inconfundível de Tim Maia.
Capital do Nepal, a cidade é inspiração para um bom número de canções, partindo de direções sonoras extremamente diferentes, de Cat Stevens a Fito Páez, OK Go e, claro, Bob Seger. Um rock musculoso, rápido e poderoso, a música embalou a carreira do roqueiro – não por acaso o álbum Beautiful Loser, de 1975, tornou-se o primeiro de uma sequência de dez que chegaram a receber o disco de platina em sequência.
Nascido em Nova Jersey, Bruce Springsteen recebeu um pedido para criar uma canção para a trilha sonora do filme Filadélfia, de 1994, um dos primeiros no cinema a falar abertamente sobre a Aids. Saiu-lhe uma música dolorida e melancólica do encarar de um homem com a morte, enquanto caminha pelas ruas da Filadélfia. Ouça os versos com atenção e você perceberá o motivo desta música ter levado o Oscar de Melhor Composição Original e quatro Grammys.
Nesta belíssima obra gravada por Paulinho da Viola, em 1971, a cidade é o cenário para um amor puro e cristalino. É aquele não vivido, ansiado e ansioso. Talvez, o amor perfeito. "Não se esqueça por favor/ Que voltarei depressa/ Tão logo a noite acabe/ Tão logo este tempo passe/ Para beijar você", disse Paulinho para este amor em Recife. Neste turbilhão de incertezas, a noite pode nunca ter acabado, ou o tempo e a vida simplesmente os tivessem separado. Mas a promessa, a ela e a Recife, ficou registrada para sempre.
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