Questionamentos deveriam funcionar como um saudável combustível artístico -

VIDA POP - Lenha na Fogueira

Menos falatório, mais ação

Miguel Sokol Publicado em 11/06/2013, às 14h21 - Atualizado às 14h22

Lobão soprou de novo: casinhas de palha, de madeira e até de pedra, como a do Racionais MC’s. Em seu novo livro, Manifesto do Nada na Terra do Nunca, soprando para todos os lados, ele afirma que, no clipe de “Mil Faces de Um Homem Leal (Marighella)”, Mano Brown “brada clichês anacrônicos, exatamente como era de se esperar de um papagaio piegas. O chamado idiota útil”. Brown devolveu: “Estranho o Lobão falar de mim sem nunca ter me conhecido”; “Não entendo a postura dele agora, age como uma puta para vender livro”; “Nos anos 80 as ideias dele não fizeram a diferença para a gente aqui da favela. Ninguém é obrigado a concordar com ninguém, nem ele comigo”; “O Lobão está sendo leviano e desinformado”; “Tô sempre no Rio de Janeiro, se ele quiser resolver como homem, demorô! Do jeito que aprendi aqui”.

Recapitulado o sururu, você deve estar se perguntando quem tem razão. Mas alguém precisa ter razão? Eu me fiz essa pergunta e me respondi também: não.

Na fábula dos três porquinhos, a casinha de pedra não cai, mas isso não proíbe ninguém de soprá-la. E soprar pedra, mesmo que gratuitamente, é discordar do unânime, duvidar do inabalável, e isso pode ser bastante saudável.

É semelhante à famigerada briga pela audiência da TV aberta. Havia uma emissora magnânima na liderança enquanto outras três ou quatro brigavam entre elas pelo segundo lugar, nenhuma delas ousava brigar com a sossegada líder, até que uma ousou. Como no sururu do Lobão com o Racionais, não questiono os métodos questionáveis da ousadia porque, no fim, a ameaça fez a líder, estagnada em sua mesmice, arriscar alguma novidade. Resultado: todo mundo saiu ganhando, ambas as emissoras e principalmente nós, o público.

A verdade é que o último disco do Racionais foi lançado mais de uma década atrás – estagnação. Do outro lado, os discos clássicos do Lobão inexistem na prática, estão fora de catálogo há anos – descompromisso.Só torço para que esse sururu estimule os dois lados a produzirem mais e melhor – música. Quero escutar o que o Lobão tem a dizer ligando o rádio e blah, blah. E quero ver o Racionais responder em um rap sampleando o Lobão. Já pensou? Keep calm, make music and stop the #mimimi.

Lobão Mano Brown miguel sokol

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