Miguel Sokol Publicado em 05/01/2012, às 13h02 - Atualizado às 15h09
James Cameron foi processado. Um sujeito chamado Eric Ryder garantiu à Corte Superior de Los Angeles que, em 1999, quis vender ao cineasta o projeto de um filme chamado “KRZ 2068”, sobre a exploração empresarial de um planeta por meio de robôs capazes de abrigar seres humanos. Cameron teria declinado o projeto, alegando que “ninguém assistiria a um filme de ficção científica sobre meio ambiente” e, dez anos depois, lançou Avatar. Será? Nunca saberemos. Minha única certeza é que, se esse tal Eric pode processar Cameron por plágio, a TV Globo também pode – e com mais chances de vencer!
Eu já desconfiava que o filme de maior bilheteria da história era uma cópia descarada e deslavada da emissora, para ser mais exato, desde as primeiras visitas de Cameron ao nosso país (segundo ele, para salvar a Amazônia; segundo eu, para assistir televisão). Só me faltava reunir as evidências necessárias para botar a boca no trombone, mas agora ninguém me segura.
A paisagem de Pandora é irrealmente linda? O Rio de Janeiro das novelas também. Vira e mexe, o Cristo abraça o Pão de Açúcar em takes aéreos fictícios que alteram a verdadeira geografia da cidade para deixá-la ainda mais bonita. Em Pandora tudo é azul? Nos cenários dos programas globais também, vide o Jornal Nacional. Aliás, por que você acha que a Patrícia Poeta foi escolhida para substituir Fátima Bernardes? Imagine a apresentadora toda pintada de azul e você terá a resposta: Patrícia é a cara da Neytiri, a mocinha do filme. Pois é, se os Na’Vi são azuis, o eterno dono da emissora também é azul – Marinho.
E tem mais! Tudo em Pandora é perfeito e harmonioso como na Globo, onde todo mundo é bonito, saudável e, na língua dela, o pandorês televisivo, “rola a maior azaração”. De vez em quando seus habitantes lindos e indefectíveis saem de seus avatares da telinha e são flagrados no nosso mundo, real e falível, e aí um simples dia de rock repercute barbaridade, bebê.
Mas o plágio vai além da fotografia, direção de arte e efeitos especiais. O enredo de Avatar é morbidamente idêntico à trajetória do maior mocinho da emissora, o líder do último jingle de Natal, o rei Roberto Carlos. Pense: Jake Sully, o herói do filme, troca a vida real pelo seu avatar, porque, nele, tem todos os movimentos do corpo de volta, certo? Então, para bom entendedor, meia palavra basta, até porque a palavra inteira seria mancada. Então apenas encerremos constatando que, no mês passado, não rolou um inédito e tradicional show de fim de ano do Roberto Carlos. Mas por quê? Porque em
setembro ele cantou em Jerusalém e, de acordo com notícias da época, pasme: uma equipe de Avatar filmou a apresentação em 3D para transformá-la em um DVD!
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