Banda recentemente entrou em turnê rodando por Goiânia, Brasília, São Paulo e Curitiba usando uma van
Pedro Antunes Publicado em 19/09/2014, às 10h25 - Atualizado às 10h33
Por Pedro Antunes
Uma das pancadas mais alucinantes do primeiro disco do Catavento, banda de Caxias do Sul, ganhou um clipe tão pancada quanto ela. “Bemeorgetagirl”, um petardo de menos de 3 minutos de duração, com distorções rasgadas e vocais escondidos, ganha uma climatização trash, colorida e cheia de aberturas para as mais diversas interpretações.
A banda, prestes a encerrar primeira turnê pelo Brasil a bordo de uma kombi, tendo passado por Goiânia, Brasília, São Paulo e atualmente em Curitiba, lança o vídeo com exclusividade através do Sobe o Som, espaço dedicado da Rolling Stone Brasil - trata-se do quarto do grupo formado por Leonardo Rech (guitarra e voz), Leonardo Lucena (guitarra e voz), Eduardo Panozzo (baixo e voz), Lucas Bustince (bateria) e Johhny Boaventura (teclado e voz).
“Essa era a música com menos cara de single de todo o álbum”, diz Panozzo, o baixista do grupo. “Somos meio contra os padrões pré-estabelecidos do cenário musical, daquilo que se espera”, justifica o músico, mas, segundo ele, “essa faixa já deveria ter um clipe há muito tempo, mas sempre procrastinamos isso.”
Produzido e editado pela produtora da banda, a NOIA Fremz, o vídeo traz inspiração em O Iluminado, obra clássica de terror, suspense e tensão de Stanley Kubrick, e da estética de videoclipes de gente como Connan Mockasin e Ty Segall também. “Esses caras são grandes referências”, diz Panozzo. “Sempre busca esta estética, que chamamos de GLIMB, envolvendo pinturas, esculturas, vestimentas, sons, sentimentos e sensações, cortes rápidos e muitas luzes e cores nos vídeos.”
A faixa é uma das mais antigas do álbum de estreia deles, Lost Youth Against the Rush, gravado entre 2012 e 2013 e lançado através do selo Honey Bomb Records, criado com outras bandas de Caxias do Sul.
Ao lado de “Formiga”, a música é de uma safra anterior a 2011 e, no álbum, mostra até que ponto a sujeira pode surgir no som do Catavento. A letra, curta e lisérgica, explora personalidades frágeis e a desvalorização da identidade própria. “É a dificuldade de se relacionar”, diz o guitarrista Leonardo Rech. “De precisar se transformar em outra pessoa para poder se aproximar de alguém, para impressionar alguém. Como tudo é muito frágil hoje em dia, ao ponto de estar em constante mudança, basta uma tempestade para mudar muitas coisas. A música fala sobre o apego e a vontade.”
Assista ao clipe de “Bemeorgetagirl”:
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