Trio ainda brinca que está na capa da revista Rolling Stone
Pedro Antunes Publicado em 22/07/2014, às 17h05 - Atualizado às 17h42
Por Pedro Antunes
Em um futuro paralelo, O Terno, disco ainda não lançado do trio paulistano de mesmo nome, vendeu 300 milhões de cópias. Marcou a música como pouquíssimos discos conseguiram – talvez os Beatles tenham feito algo parecido, mas só. Eric Clapton, Ringo Starr e David Gilmour reverenciam o disco de Tim Bernardes (voz e guitarra), Victor Chaves (bateria) e Guilherme D’Almeida (baixo), assim como o brasileiríssimo Tom Zé.
O Terno corre contra o tempo no clipe de “Tic Tac”, com participação de Paulo Miklos.
A brincadeira é boa e vale os 7 minutos de duração do documentário brincalhão O Terno: Classic Albums, lançado com exclusividade pelo blog Sobe o Som. O curta inverte a ideia de discos clássicos, como explica Bernardes. Ele levanta a pergunta: já ouvimos discos clássicos sabendo que são clássicos, carregados de referências, histórias e conclusões pré-concebidas, mas e se não fosse assim?
“Sempre pensava que uma dificuldade em lançar um disco novo hoje é que a gente, da nossa geração, é acostumado a conhecer e ouvir muitos discos que já são clássicos ou que têm décadas de uma opinião geral formada”, diz Bernardes, que propõe a reflexão de como seria ouvir Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, sem saber que se trata de um “clássico” e, os Beatles, “lendas”. “A brincadeira do documentário ‘fake’ é a inversão disso, criamos uma fantasia como se o disco fosse lendário antes de lançar o álbum realmente”, conclui o músico.
O Terno foi um dos destaques do Planeta Terra 2013. Veja a cobertura do festival.
A direção e concepção do curta-metragem é de Felipe Poroger, um “baita diretor”, nas palavras de Bernardes. As imagens mesclam cenas que eles pegaram emprestadas – ou seja, sem autorização – da série Classic Albums, da rede britânica BBC, com cenas filmadas de Tom Zé, Wandi Doratiotto, Carneiro Sândalo, Poró e Gabriel Basile.
Difícil assistir ao vídeo e não ligar as referências aos Beatles. Bernardes conta que não só o Quarteto de Liverpool inspira a banda neste segundo álbum. “Os Beatles são claramente uma enorme referência para nós, e isso é audível no nosso som, mas na mistura tem mais muita coisa, de Os Mutantes a Tame Impala, passando por Clube da Esquina, Kinks e mais uma porrada de referência de coisas que nós ouvimos”, diz ele.
O álbum, que será lançado segunda metade do mês de agosto, foi gravado, mixado e produzido pelo trio ao lado de Gui Jesus Toledo, no Estúdio Canoa, entre dezembro de 2013 e 2014. “Acho que, neste disco, a mistura chegou a algo mais homogêneo, com a cara d’O Terno, menos ‘retrô’ ainda que as referências estejam ali”, diz Tim.
O Terno será lançado em CD (através da Tratore) e em vinil (com a parceria entre o Selo 180 e o Selo RISCO). Os shows que marcarão o lançamento estão marcados para o dia 22 de agosto, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e no dia 25, no bar Opinião, em Porto Alegre.
Assista:
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