Bixiga 70 - Leco de Souza/Divulgação

Exclusivo: Bixiga 70 cruza fronteiras e pode tocar no Glastonbury em 2016

Grupo deve lançar no ano que vem um longa-metragem com imagens de apresentações no exterior

Redação Publicado em 22/10/2015, às 12h31 - Atualizado em 28/10/2015, às 14h08

Por Lucas Borges

O estúdio no qual se reúnem os dez integrantes do Bixiga 70 está localizado na rua 13 de Maio, Bela Vista, para os mais íntimos Bixiga, carismática vizinhança na região central de São Paulo. “É um bairro que tem tradição da noite desde Adoniran Barbosa”, inicia seu relato o baterista Décio 7.

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“Cada vez sabemos de mais histórias. Do nosso próprio estúdio, onde estamos há oito anos, e que foi um bar na década de 1960 e 1970. No Bixiga já teve uma orquestra afro nos anos 1950 e 1960, inclusive, é um lugar muito rico de miscigenação, vem desde italiano, nordestinos, africanos. É um bairro que recebe os excluídos.”

As raízes da frutífera banda instrumental paulistana se fincam cada vez mais na terra em que o Bixiga 70 foi plantado. E seus galhos se estendem pelo globo. Em 2015, os músicos viajaram duas vezes aos Estados Unidos para se apresentarem em Nova York e na Califórnia. Antes, eles já haviam tocado em três oportunidades para plateias europeias.

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Neste segundo semestre, o terceiro álbum do grupo, autointitulado, foi lançado no exterior. O jornal britânico The Guardian qualificou os brasileiros como um dos mais “criativos” entre os vários artistas hoje explorando o afrobeat, com “ingredientes do Brasil, do Caribe e de outras partes da África”. O trabalho do conjunto também repercutiu no Speakeasy, blog musical do The Wall Street Journal. “O Bixiga 70 é bem aceito lá fora. Pelas pessoas, festivais, clubes, sempre temos uma boa resposta”, diz Décio 7.

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E a grande manobra expansionista dos filhos da Bela Vista ainda está por vir. A banda pode ser uma das atrações do próximo Glastonbury, um dos maiores festivais do mundo, anualmente organizado na Inglaterra (marcado para 22 a 26 de junho em 2016). “A gente já foi sondado por eles”, confirma Décio 7 ao blog Sobe o Som. “Não tem nenhum contrato assinado, mas a gente possui uma formação bem adequada para festival.”

Assista ao clipe de "100% 13":

A campanha de internacionalização do Bixiga 70 passa ainda pela produção de um longa-metragem. Uma equipe de filmagem de seis pessoas acompanhou os músicos registrando o lançamento do novo álbum em abril, no Sesc Pompéia, em São Paulo, e durante as últimas turnês pelos Estados Unidos. Em janeiro, a trupe deve partir para a Europa novamente e capturar mais cenas.

“As pessoas envolvidas na produção notaram como as pessoas se entregam à dança no nosso show. Como a gente se entrega e como isso volta para a gente. São transes que acontecem em movimentos de cunho religioso, candomblé, religiões afro-americanas”, explica o baterista.

Esperado para o primeiro semestre de 2016, o filme pode ganhar ainda a participação especial de Tulipa Ruiz. “A gente conversa faz tempo. No novo disco dela alguns dos nossos metais participaram. Em breve pode surgir alguma coisa.”

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