Ouça o segundo álbum do integrante do Mustache e os Apaches, que traz membros de Charlie e os Marretas, O Terno e Música de Selvagem na banda de apoio
Lucas Brêda Publicado em 27/10/2016, às 14h06 - Atualizado às 16h01
Por Lucas Brêda
Pedro Pastoriz convida o ouvinte para um passeio no novo disco solo dele, Projeções, lançado nesta quinta, 27, com exclusividade pelo Sobe o Som. “O que todas as músicas têm em comum é que são crônicas desse meu período morando no centro de um grande centro urbano”, conta Pastoriz, que é integrante do Mustache e os Apaches. “Mas os temas são plurais, não falo só da ‘cidade’.”
Projeções sucede o projeto experimental e lo-fi que inaugura a carreira solo de Pastoriz, 1, álbum acústico gravado no estilo “direct cut” – ou direto do estúdio para o vinil. Espécie de equivalente nacional de A Letter Home (2014), de Neil Young – que gravou na cabine da Third Man Records, de Jack White –, o trabalho foi registrado com o produtor e especialista em vinil Arthur Joly e formalmente lançado em 2015.
Para Projeções, não só os conceitos das composições se transformam, mas também toda a abordagem sonora. Pastoriz deixa o violão – e as melodias embebidas no folk – de lado e se une a Tim Bernardes (guitarrista e vocalista do Terno que, neste disco, assume a bateria), André Vac (do Charlie e os Marretas, na guitarra) e Arthur Decloedt (do Música de Selvagem, no baixo) para uma sonoridade boêmia, psicodélica e urbana.
“Acho que meus trabalhos anteriores tinham paisagens rurais, buscavam uma verdade, uma salvação”, diz o artista. “E tinham a coisa do ritmo que variava, mais solto, fora do trilho. Para este trabalho novo, acho que veio um espírito urbano pelo humor um pouco mais cínico, é mais bem-humorado e não tem esse tipo de narrativa início-meio-fim.”
Lançado pelo selo Risco, Projeções foi gravado no estúdio Canoa, em São Paulo, entre julho e agosto deste ano. O disco tem produção e mixagem de Gui Jesus Toledo e masterização de Fernando Sanches, no estúdio El Rocha. Com o repertório tendo sido composto a partir do último mês de abril, o disco foi gravado majoritariamente ao vivo, do estúdio para a fita.
Projeções, na verdade, surgiu a partir de uma recaída de Pastoriz. “Um dia desci num boteco aqui embaixo do prédio e comprei um maço de cigarros depois de oito meses de zero tabaco”, narra o músico, que estava correndo e frequentando a academia na época. “O resultado foi impressionante: nessa tarde compus ‘Projeção’, ‘Restaurante Lótus’ e ‘Lorean Linchen’, uma música que não entrou no disco, mas que estará nos shows.”
O centro de São Paulo é também um personagem do segundo álbum de Pastoriz, aparecendo em formas de pessoas, lugares ou sensações. “Falo de multas de condomínio, beleza dos quadrados e dos planos diretores, da dificuldade de se achar um lugar comum num grande centro urbano, a busca por uma experiência religiosa longe da terra prometida”, explica ele, citando David Byrne, a produção dos anos 1980 de Caetano Veloso, o hip-hop norte-americano da virada dos anos 1980 para os 1990 e o rock vietnamita e o reggae como influências.
Projeções tem show de lançamento marcado para o próximo dia 1º, uma terça-feira véspera de feriado, inevitavelmente em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso, na Bela Vista, com ingressos a R$ 20.
Abaixo, ouça a íntegra do disco.
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