O público do Ratos de Porão se esbaldou em moshs e rodas de bate-cabeça. - Marco Nagoa

Como aprender física em um show de metal

Trabalho acadêmico sobre mosh pits e a relação deles com a física é publicado pela Universidade de Cornell, em Nova York

Redação Publicado em 17/02/2013, às 11h40

Sabe aquele momento que você está lá curtindo o show e, de repente, sente aquela mudança no clima e, quando menos espera, está lá no meio do mosh pit, colocando toda a energia para fora? E sabe quando, em seguida, você para tudo, vai para o canto e faz uma analogia comparando aquele movimento de corpos com os movimentos de partículas gasosas? Não? É, bom, na verdade essa parte não é tão comum, mas aconteceu.

Um trabalho acadêmico do campo de Física e Sociedade foi publicado pelo Departamento de Física da Universidade de Cornell, em Nova York, fazendo uma analogia entre os corpos que se mexem em um show de metal e a “cinesfera de partículas gasosas”. O artigo, assinado por Jesse L Silverberg, Matthew Bierbaum, James P Sethna e Itai Cohen, ganhou o título de Collective Motion of Moshers at Heavy Metal Concerts ou, em português, A Movimentação Coletiva dos Moshers em Shows de Heavy Metal.

A introdução dele diz: “O comportamento coletivo humano pode variar de calmo para desesperado dependendo do contexto social. Usando vídeos publicados online, estudamos o movimento coletivo altamente energizado do público de shows de metal”. E não para por aí: "Acreditamos que essas reuniões sociais extremas geram comportamentos similarmente extremos: um estado desordenado como o do gás chamado de mosh pit e um estado ordenado como um vortex chamado de circle pit. Os dois fenômenos são reproduzidos em simulações de congregação, demonstrando que o comportamento coletivo humano é consistente com as previsões de modelos simplificados".

Fica a esperança de que alguém um dia explique cientificamente outro comportamento de horda que predomina nos shows, que é o de não assistir nada e, em vez disso, ficar gravando a performance inteira e atrapalhando quem quer ver ao vivo e com os próprios olhos. Aliás, senhores acadêmicos, segue uma lista (clique aqui) de dez comportamentos comuns em apresentações ao vivo que bem que poderiam ser estudados.

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