Estudo prova que ler spoiler não estraga a história

Pesquisa colocou pessoas para lerem contos e analisou o grau de aproveitamento delas quando já sabiam o final de antemão

Redação Publicado em 15/02/2013, às 13h59 - Atualizado às 14h35

O verbo “spoil”, em inglês, pode ser traduzido como “estragar”. O termo é famoso em outros países com um contexto mais específico. Todos conhecemos o spoiler como aquela informação sobre o que vai acontecer em um filme/livro/jogo/série etc que alguém solta antes que você tenha assistido/lido/jogado/assistido um determinado título até o fim. Pois bem, um novo estudo definiu que o “spoiler” não necessariamente estraga a experiência.

Segundo o site io9 publicou há algum tempo, Nicholas Christenfeld e Jonathan Leavitt, psicólogos pesquisadores da Universidade da Califórnia San Diego, investigaram essa história de que spoilers acaba com a graça da história para as pessoas. Reuniram um grupo de pessoas e deram 12 contos para elas lerem, em geral clássicos, caindo nas categorias “fim com uma reviravolta irônica”, “mistério” e “literatura”. Os dados coletados a partir de eventuais segundos contatos (algumas pessoas já tinham lido determinadas histórias) não foram computados, claro, porque isso acabaria com a intenção da pesquisa.

Essas cobaias tiveram experiências variadas: com histórias em que não havia spoiler; outras em que havia um parágrafo contando o fim da trama logo no início; e outras em que esse parágrafo estava no meio do texto, como se fosse parte dele e o conto tivesse sido escrito assim. No final, cada versão de cada história foi lida por pelo menos 30 pessoas.

O primeiro lugar na preferência dos leitores foram as histórias com spoiler e da categoria “reviravolta irônica” - u exemplo citado para explicar melhor o conceito é uma trama em que é revelado de antemão que a fuga ousada do prisioneiro condenado à pena de morte não aconteceu de verdade, foi fruto da imaginação dele enquanto o nó da corda apertava seu pescoço. Os mistérios com spoilers também fizeram sucesso e, de maneira geral, as pessoas testadas consideraram mais agradáveis as leituras realizadas depois de saber o fim da história.

Para Christenfeld, uma explicação possível é que a sociedade dá ênfase demais na trama, quando na verdade ela é só uma desculpa para a realização de um grande texto, algo bem escrito. Outra teoria é que seria “mais fácil” ler a história com spoiler e, portanto, mais agradável.

Claro que essa pesquisa não mudou nada. Certamente, quem não liga para spoiler assim continuará e quem não gosta permanecerá cuidadoso para não ler algo antes da hora. Mas a lição que fica é que o processo de aproveitamento também é importante. Saber o final não é o único objetivo de alguém que lê/assiste/joga. O que, aliás, é uma conclusão óbvia, afinal, as peças de Shakespeare seguem sendo encenadas até hoje.

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