"O mar do FingerFingerrr é vermelho, agressivo e intergaláctico", define Ricardo Cifas
Gabriel Nunes Publicado em 05/08/2016, às 17h13 - Atualizado às 17h57
Por Gabriel Nunes
Bruto e dançante. Dois adjetivos que às vezes podem soar conflitantes, mas que se complementam pontualmente no disco Mar (2016), primeiro registro em estúdio com a formação atual do FingerFingerrr.
Constituído originalmente por quatro integrantes, o grupo ganhou nova roupagem e ficou mais enxuto com o tempo. Atualmente, lideram a banda Flavio Juliano e Ricardo Cifas, que juntos mesclam a sonoridade enérgica do Death From Above 1979 aos elementos sintéticos amplamente utilizados por nomes como LCD Soundsystem e Beck.
“O fato de ser uma banda constituída por apenas duas pessoas faz com que nós nos desdobremos mais como músicos”, afirma Cifas em entrevista à Rolling Stone Brasil. “Gravar Mar foi um desafio musical, uma tentativa de suprir a ausência de outros músicos no grupo. Nosso som é cru, mas ao mesmo tempo ele tem um ‘corpo’ que reveste essa crueza.”
Gravado no estúdio El Rocha, na capital paulista, Mar traz o peso de três anos de estrada, com expedições pelo Brasil e pelos Estados Unidos. “Algumas músicas nós já tocávamos ao vivo antes de gravá-las para o disco”, declara Juliano. No entanto, a dupla traz algumas peças inéditas, como é o caso da faixa “Embora Agora”, que tem a participação de André Whoong no baixo. “Antes mesmo de começarmos a produzir o álbum, o Cifas deu a ideia de criar e gravar essa música na hora, na base do improviso mesmo.”
O disco de estreia do FingerFingerrr conta ainda com produção de Fernando Sanches (CPM 22) e mixagem de Mario Caldato Jr., que já trabalhou anteriormente com gente do calibre de Björk, Beastie Boys, Nação Zumbi e Planet Hemp. Dr. Herman e Luiza Lian fazem participações no álbum – esta empresta a voz na faixa “X”, estabelecendo um contraponto aos timbres metálicos e ásperos da canção.
“Sempre gostei muito do trabalho dela”, declara Cifas. “Ela tem uma postura que admiramos pra caralho. A Luiza parece frágil, mas ela é uma mulher muito forte. Ela entendeu o que a gente queria na música: algo marcante, feminino e sexy.”
Ouça abaixo “X”.
A escolha do substantivo concreto “Mar” – que costumeiramente nos remete à contemplação e a certo marasmo – para nomear o primeiro álbum do duo pode soar inusitadamente fora de contexto quando comparado ao teor incisivo e pungente das canções. Contudo, Cifas explica que a escolha não foi arbitrária. “Nós quisemos dar um novo significado a essa palavra. Sabe, quando pensamos em mar, já nos vem à cabeça algo como uma praia, um violão, bossa nova, e toda aquela monotonia. O mar do FingerFingerrr é o oposto disso tudo: ele é vermelho, agressivo e intergaláctico.”
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