Disponível na Netflix, Clichês de Hollywood: O Cinema Como Você Sempre Viu explora grandes clássicos e segredos da indústria cinematográfica
Mariana Rodrigues (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 12/10/2021, às 14h40
Não é raro assistir a um filme novo e ter a sensação de já ter visto algo parecido antes. Isso acontece, pois, apesar da trama "inédita," diversas produções reproduzem as mesmas técnicas utilizadas na indústria cinematográfica há décadas, como mostra o documentário Clichês de Hollywood: O Cinema Como Você Sempre Viu (2021), da Netflix.
Apresentado por Rob Lowe, a produção conta com entrevistas de atores, críticos e outros especialistas no assunto para mostrar como a maioria dos filmes hollywoodianos seguem a mesma receita ano após ano. No entanto, não necessariamente isso é algo negativo, visto que o público continua consumindo as obras mesmo com diversas semelhanças entre elas.
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Para os apaixonados por cinema ou apenas para aqueles que desejam saber mais sobre o tema, o documentário é a escolha perfeita. Com linguagem simplificada, convidados ilustres e ótimos exemplos, é possível desvendar alguns segredos da indústria cinematográfica. Pensando nisso, a Rolling Stone Brasil listou alguns ensinamentos sobre a sétima arte que aprendemos ao assistir Clichês de Hollywood: O Cinema Como Você Sempre Viu. Confira:
Quando um personagem secundário tem um trabalho perigoso e planeja detalhadamente como encerrar o dia ou a missão na qual está trabalhando, quase sempre significa que ele está destinado a morrer em breve. Esse clichê é conhecido como o morto ambulante e aparece em diversos filmes, principalmente de ação.
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Hollywood gosta de deixar claro como esse será o último trabalho do personagem e, para isso, o coloca em situações como uma comemoração com os colegas na noite anterior ou então falando sobre a família e as aspirações - as quais não serão realizadas, pois a morte se aproxima. Em filmes de guerra, por exemplo, é muito comum que o soldado pegue a foto da amada esposa ou namorada pouco tempo antes de perder a vida em combate.
No início do cinema hollywoodiano, os filmes tinham mais liberdade para retratar o sexo ou cenas com nudez, mas após escândalos na década de 1920, foi imposto um código moral por Will Hays, o qual impedia qualquer cena mais explícita.
Nos anos 1930, o Código Hays impôs regras rígidas que ditavam o que poderia ou não estar em um filme, dessa forma, os cineastas precisavam encontrar maneiras de "burlar" as restrições, explorando novas formas de insinuar relações sexuais entre personagens de maneira sútil. Isso acontecia de diversas maneiras, por exemplo, com uma cena de casal seguida por um trem entrando em um túnel.
No entanto, nos anos 1960, o cinema independente europeu sem restrições começou a se expandir na América do Norte e Hollywood se viu obrigada a romper com o Código Hays para conseguir competir com as novas produções. A solução encontrada para trazer o sexo de volta às telas foi impor um sistema de classificação etária, o qual está vigente até os dias atuais.
Não são raras cenas de pessoas gritando ao serem atingidas por flechas ou enquanto caem de lugares altos. Mas o que talvez nem todos percebam é que, muitas vezes, a gravação desse grito é a mesma em diversos filmes. Isso acontece por conta do grito Wilhelm, gravado originalmente em 1951, quando um caçador é mordido na perna por um jacaré em Tambores Distantes.
Dois anos depois, um editor de som usa o mesmo áudio quando o soldado Wilhelm é atingido por uma flecha em Investida de Bárbaros (1953). Então, o grito Wilhelm começou a aparecer em diversos filmes quando um personagem era baleado ou empurrado, mas quando foi utilizado em Star Wars virou uma piada interna e outros diretores como Steven Spielberg e Quentin Tarantino também passaram a incluí-lo nos filmes.
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Apesar das mulheres lutarem por cada vez mais igualdade no cinema, o estereótipo de Smurfette ainda é muito comum em filmes, principalmente produções de ações ou super-heróis. Esse clichê basicamente consiste em colocar uma garota como integrante de um grupo predominantemente masculino como uma forma de criar representatividade feminina.
Além de acontecer nos Smurfs — como o próprio nome diz — aparece em filmes como Vingadores (2012), em que a Viúva Negra foi a única heroína por muito tempo, ou Esquadrão Suicida (2016), no qual Arlequina foi altamente sexualizada. Desenhos infantis, como Toy Story (1995), também não ficam de fora.
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Jovens — praticamente indefesas — fugindo de assassinos mascarados se tornaram um clássico dos clichês de filmes de terror. Elas ficaram conhecidas como "a última garota," basicamente por serem aquelas que sobrevivem no final da história. Com Psicose (1960), Alfred Hitchcock criou o estereótipo de que mulheres sendo perseguidas desempenhariam o papel central nos suspense, o qual foi altamente reproduzido.
Jamie Lee Curtis é um dos melhores exemplos desse clichê da garota comportada, que não faz sexo, é mais inocente em comparação com as amigas e, por isso, sempre presta mais atenção no que acontece ao redor. Desde Halloween (1978), passando por Sexta-Feira 13 (1980) e Pânico (1996), todos utilizam a mesma receita para construir as protagonistas.
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