Por mais que não seja fã do conceito, cineasta já esteve envolvido com algumas franquias do cinema
Igor Miranda Publicado em 26/10/2024, às 08h00
O conceito de universo cinematográfico não é novo, mas caiu nas graças de muitas pessoas nos últimos anos devido aos filmes da Marvel Studios. Desde então, a ideia passou a ser replicada por outros estúdios de Hollywood.
No entanto, o conceito não é unanimidade no segmento do cinema. Um dos detratores é James Mangold, diretor de Wolverine: Imortal (2013), Logan (2017) e Indiana Jones e o Chamado do Destino (2023).
Em conversa com a Rolling Stone EUA, enquanto promovia a cinebiografia de Bob Dylan, o cineasta fez uma crítica aos universos cinematográficos. Para ele, tal ideia é, em suas palavras, “a morte do storytelling (contação de histórias)”.
O diretor afirmou:
É estranho que eu tenha até mesmo trabalhado no mundo das propriedades intelectuais porque eu não gosto da construção de um universo de filmes. É o inimigo do storytelling. A morte do storytelling. É mais interessante para as pessoas a forma em que Legos se conectam ao invés da maneira que essas histórias se conectam.”
Na sequência, o cineasta justificou seu desdém com o conceito. Para ele, é importante que um longa-metragem se torne único para o público.
Para mim, o objetivo sempre foi: ‘o que é único sobre esse filme e seus personagens?’. Não fazer você ter de lembrar de outro filme, algum easter egg ou qualquer outra coisa, que são artes intelectuais, não artes emocionais. Você quer que um filme trabalhe um nível emocional.”
De fato, é curioso que James Mangold tenha trabalhado com filmes pertencentes a um universo cinematográfico. Só que mesmo ao divulgar um título de uma franquia bem famosa, não deixou de criticar a ideia.
Em conversa com a Variety, enquanto promovia Indiana Jones e o Chamado do Destino, o diretor declarou não ter interesse algum em deixar pontas soltas para o desenvolvimento de possíveis sequências ou spin-offs à franquia. Mangold disse:
Eu me recuso. Eu apenas não consigo fazer isso. A quantidade de histórias, easter eggs e fan services começa a se tornar antiética a qualquer uma dessas coisas em um determinado ponto. Não se trata mais de contar histórias. É apenas publicidade em larga escala.”
Vale ressaltar que James Mangold está envolvido com outra franquia cinematográfica de peso: Star Wars. Ainda assim, o cineasta deve desenvolver um filme com pouquíssimas ligações com os demais, pois se passará milênios antes da história principal para explicar as origens da Força.
Colaborou: Augusto Ikeda.
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