Dirigido por Jane Campion, Ataque dos Cães ganhou aclamação da crítica e público - e já chegou ao catálogo da Netflix
Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 04/12/2021, às 12h00 - Atualizado em 10/01/2022, às 18h22
Uma das grandes apostas ao Oscar 2022, Ataque dos Cães (2021) é um filme de faroeste dirigido por Jane Campion e baseado no romance homônimo de Thomas Savage de 1967. A produção é estrelada por Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst, Kodi Smit-McPhee e Jesse Plemons — e já está disponível na Netflix.
O filme se situa em 1925, em Montana, EUA, e gira em torno dos ricos irmãos proprietários de rancho, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Jesse Plemons). Quando George traz uma nova esposa e filho para casa, Phil, um fazendeiro durão, atormenta-os até se ver exposto à possibilidade do amor.
Com 95% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, o filme se tornou um dos longas mais aclamados do ano. Pensando nisso, confira cinco motivos para assistir Ataque dos Cães:
Filmes de faroeste costumam apresentar conflitos e homens durões — e, sim, Ataque dos Cães tem isso, mas de maneira diferenciada. É o primeiro filme de Jane Campion sob uma perspectiva masculina, e acerta ao mesclar o tema da masculinidade tóxica dos anos 1920 com a sexualidade reprimida e preconceitos.
Assim, a diretora consegue trazer um filme que subverte totalmente o gênero do faroeste ao trazer uma surpresa ao público a cada ato. No entanto, Campion não retrata os preconceitos de forma expositiva, mostrando com sutileza o peso das frustrações em fingir ser quem você não é.
Em entrevistas, Benedict Cumberbatch revelou que não saiu do personagem durante todo o período das filmagens — e a técnica deu muitos frutos, pois a performance é considerada uma das melhores da carreira do astro. O ator conseguiu trazer um personagem bruto e cruel, mas que leva frustrações e segredos escondidos — gerando uma curiosidade sobre quem Phil realmente é.
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Ataque dos Cães é um ótimo exemplo de estudo de personagem refinado. Todos são complexos e apresentam camadas, as quais são minimamente reveladas ao decorrer do filme. Logo no início, percebemos como cada um possui características contrastantes e únicas, como Phil que é rude, bruto e um retrato do homem do “velho oeste,” e George, sensível, civilizado e quieto.
Contudo, ao longo do filme, Phil larga a superficialidade e os estereótipos de ser apenas um homem durão, e apresenta um desenvolvimento complexo, mas sútil, o qual ajuda a diretora a subverter o conhecido gênero do faroeste.
Além da narrativa, Ataque dos Cães encanta pelo visual, principalmente pela fotografia de Ari Wegner. Mesmo que tenha como base os tons terrosos e neutros do velho oeste, a fotografia impressiona e ressalta ainda mais a beleza das locações (filmadas na Nova Zelândia) — tornando o filme um espetáculo a ser visto.
O roteiro de Ataque dos Cães já é complexo e profundo — mas ganha ainda mais camadas ao se mesclar com a trilha sonora de Jonny Greenwood. As músicas são responsáveis por intensificar as sensações, principalmente o suspense, e conseguem se destacar positivamente durante a trama.
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