Elle McAlpine, coordenadora de intimidade de 'Pobres Criaturas' defende a naturalização do sexo no cinema
Redação Publicado em 30/01/2024, às 15h48
Elle McAlpine, coordenadora de intimidade que trabalhou ao lado de Yorgos Lanthimos em Pobres Criaturas, relembrou como algumas das cenas de sexo do filme foram feitas e compartilhou sua opinião sobre a relevância delas no roteiro de Tony McNamara.
Em entrevista ao The Guardian, McAlpine concordou com o diretor, que já afirmou que nunca entendeu "o pudor" acerca do sexo no cinema. "Estamos muito mais dispostos a assistir a um estupro do que a uma cena sexual totalmente consensual e um pouco fora do comum. O que isso diz?", argumentou.
"Acredito que há uma separação entre mente e corpo, geralmente em nossa sociedade — somos tão cerebrais", acrescentou. Para a coordenadora, a narrativa de Pobres Criaturas levantou uma questão: "O que aconteceria se escutássemos mais nossos corpos? E o sexo é uma parte massiva disso... Você pode sentir, com o orgasmo, o que as pessoas buscam ao usar drogas: é o esquecimento — e estamos constantemente em busca disso".
A descoberta sexual pela personagem de Emma Stone, Bella, levantou debates sobre o machismo por trás da retratação do sexo. O entusiasmo de Bella, uma figura com mentalidade infantil dentro do corpo de uma mulher, sobre o tema foi apontado por críticos como uma "fantasia masculina", por exemplo.
A controvérsia foi estabelecida principalmente a partir da segunda metade do longa-metragem, quando Bella fica sem dinheiro e vai trabalhar em um bordel. "A compreensão por trás da transação é que é algo ao qual ela consente e deseja — até que não deseja mais", disse McAlpine. As cenas contrastam com a essência feminina "livre e fluida" que Bella exibiu anteriormente, na visão de Elle.
Para McAlpine, fazer as cenas de sexo de Bella foi um desafio: "Esta é a mente de uma criança, em um corpo de mulher, e estamos fazendo 'pulos furiosos'. Como isso se encaixa para mim, como ser humano? Eu entrei para fazer um trabalho... Como coordenadora de intimidade, estou lá para servir à visão".
Na contramão das interpretações gerais sobre o filme, Elle não enxerga a personagem de Stone como uma criança, mas sim como uma adolescente entre 16 e 17 anos. "Acho que, nesse ponto, há uma autonomia ali que não acredito que as crianças tenham. Ela está tomando decisões... Eu entendia onde ela estava em seu desenvolvimento, e não parecia muito chocante", explicou.
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