Carta dos funcionários da Pixar relata censura da Disney de personagens LGBTQ+ nos filmes do estúdio
Redação Publicado em 10/03/2022, às 11h07
Funcionários da Pixar afirmaram que a Disney exigiu cortes de “quase todos os momentos de afeto abertamente gay… independentemente de quando houver protestos tanto das equipes criativas quanto da liderança executiva da Pixar,” de acordo com carta dos “funcionários LGBTQIA+ da Pixar e seus aliados” publicada pela Variety (via G1) nesta quarta, 9.
O comunicado é uma reposta às declarações do CEO da Disney Bob Chapek, quem se pronunciou nesta segunda, 7, sobre o apoio ao projeto de lei “Don’t Say Gay,” o qual tem objetivo de proibir que escolas e professores reconheçam pessoas LGBTQ+, além de impor que alunos queer que escondam a identidade de gênero de professores sejam expostos para pais ou responsáveis, tirando a escolha de falar sobre isso apenas quando se sentirem confortáveis.
Na declaração, Chapek afirmou que “entende a importância que esse assunto tem para nossos funcionários LGBTQ+,” mas que não interrompeu as doações para o projeto, pois o impacto que a Disney pode ter vem da “criação de um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos.”
No entanto, os funcionários discordam com o CEO, pois tiveram tentativas frustradas de criarem histórias com personagens LGBTQ+ nos filmes do estúdio. “Nós, da Pixar, testemunhamos pessoalmente belas histórias, cheias de personagens diferentes e as revisões feitas pela Disney reduziam as histórias às migalhas em comparação ao que eram antes,” diz a carta.
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“Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para corrigir a legislação discriminatória no mundo, estamos sendo impedidos de criá-lo,” afirmam. A carta também exige que a Disney retire o apoio financeiro ao “Don’t Say Gay” e “tome uma posição pública decisiva” em relação a esse e outros projetos de lei semelhantes.
Nos últimos anos, a Pixar teve poucos personagens LGBTQ+ nos filmes. Um dos mais recentes é a policial Specter, no filme Dois Irmãos (2020), quem menciona uma namorada em uma das cenas. Por conta dessa fala, filme foi proibido no Kuwait, Omã, Catar e na Arábia Saudita e teve momento alterado na Rússia. Além disso, o estúdio também lançou o curta Out (2020) sobre um personagem que luta para falar sobre a própria sexualidade para os pais.
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Essa semana, o Sindicato da Animação dos Estados Unidos, conhecido como TAG, também criticou a atitude da Disney de apoiar o projeto de lei “Don’t Say Gay,” afirmando que decisão é “um erro que desafia a lógica e a ética,” já que a empresa costuma se promover em cima de pautas LGBTQ+ e pediu para que outras empresas mostrem que não são desonestas e realmente comprovem as palavras com atitudes condizentes.
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