Estrelada por Timothée Chalamet, Duna é uma produção grandiosa e excepcional que merece - e deve - ser vista nas telas do cinema
Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 21/10/2021, às 18h37 - Atualizado às 21h57
Um dos filmes mais aguardados do ano, Duna (2021) promete ser uma produção grandiosa que contempla temas como religião, política e ecologia enquanto nos leva em uma complexa jornada intergalática — e, felizmente, o longa-metragem cumpriu todos esses requisitos. Ele não apenas alcança as expectativas, como surpreende o espectador.
Dirigido por Denis Villeneuve, Duna é uma adaptação do famoso livro homônimo de ficção-científica de Frank Herbert, lançado em 1965. A história já havia sido adaptada em 1984 por David Lynch — mas, agora, foi contada de maneira bem diferente, visual e narrativamente.
O filme conta a jornada do brilhante jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet), quem, após a Casa Atreides aceitar administrar o planeta Arrakis, precisa se mudar de Caladan com a mãe, Lady Jessica (Rebecca Ferguson), e o pai, Duque Leto Atreides (Oscar Isaac), para as terras desérticas e mais perigosas da galáxia com o intuito de garantir o futuro de seu povo. Lá, é forçado a fugir para o deserto e encontra diversos desafios pela frente.
Sem dúvidas, Duna foi um filme pensado para as telas do cinema — e deve ser assistido assim. A produção foi filmada no meio do deserto e chama atenção pela grandiosidade e excelência das locações e naves espaciais. Além disso, o figurino criado por Bob Morgan e Jacqueline West nos ajuda a imergir ainda mais no mundo de Arrakis, com trajes que, curiosamente, filtram toda a água do corpo para ajudar na sobrevivência em meio ao deserto.
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Por se tratar de uma adaptação de um livro complexo, o filme conta com um primeiro ato bem lento para tentar apresentar ao espectador, detalhadamente, o universo do longa, mas de maneira simples de entender. Isso pode fazer com que a conexão — da produção com quem assiste — demore a acontecer, porém, a espera vale a pena com o desdobrar de Duna.
O indivíduo não precisa ter lido os livros ou assistido ao primeiro filme de Duna para entender a história. A versão de 2021 se sustenta sozinha e consegue incluir o espectador no universo complexo e curioso dos elementos centrais da trama, como a Casa Atreides e Casa Harkonnen. Ainda, contextualiza o público sobre as Bene Gesserit, o uso da disputada especiaria em Arrakis e, até mesmo, os vermes de areia — os quais foram muito bem produzidos com os efeitos especiais.
Além disso, acerta em cheio com a fotografia de Greig Fraser — a qual destaca ainda mais os tons quentes do deserto e os frios de Caladan, colaborando com o espetáculo visual do filme. A trilha sonora de Hans Zimmer também é essencial para o sucesso da produção. Essa é responsável por criar uma atmosfera perfeita para o futuro distópico, com sons que parecem, realmente, "vir de outro mundo," como dito pelo compositor.
Contudo, Duna ganha ainda mais destaque com as atuações. Timothée Chalamet dá uma impressionante performance como Paul Atreides, transitando entre a responsabilidade de ser o possível “escolhido” de um povo, o Kwisatz Haderach, e a ingenuidade de ser apenas um jovem. Além dele, Oscar Isaac e Rebecca Ferguson brilham como Duque Leto e Lady Jessica, respectivamente. Zendaya, no entanto, decepciona com o curto tempo de tela disponível para sua personagem, Chani.
Contudo, mesmo com uma participação relativamente pequena, quem se destaca na produção é Jason Momoa, no papel de Duncan Idaho. O personagem é Mestre das Espadas da Casa Atreides e conquista pelo grande carisma. Assim, acaba se tornando o indivíduo mais próximo de apresentar o alívio cômico do filme.
O filme pretende ser apenas a primeira parte da história, sendo baseado unicamente em dois terços do livro. Além disso, como dito em diversas entrevistas, o diretor Denis Villeneuve tem o intuito de realizar um segundo longa-metragem e, por isso, surge o principal erro de Duna: o final abrupto demais.
Com isso, temos a impressão de que Duna é um filme de apenas dois atos, como se o final e conclusão fossem esquecidos — ou, provavelmente, guardados para a sequência. No entanto, ao contrário de decepcionar o público por não ter um fim digno de seu desenvolvimento, Duna pode fazer com que a ansiedade e expectativa para uma parte dois sejam ainda maiores, não sendo prejudicado por tal falha.
O longa-metragem consegue ser um daqueles filmes dignos de serem assistidos na tela grande — e que, sem dúvidas, permanecerão na lembrança do público por muito tempo. Com uma produção extremamente visualmente grandiosa e atuações marcantes, o filme é capaz de transportar o telespectador para o planeta de Arrakis, fazendo com que Duna se torne uma importante “especiaria” do cinema atual.
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Duna estreou nesta quinta, 21 de outubro, nos cinemas brasileiros.
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