Maggie Gyllenhaal admitiu não achar possível dirigir A Filha Perdida sem ser mãe - e ressaltou a importância de reconstruir a figura materna nos filmes
Redação Publicado em 07/03/2022, às 14h25
Maggie Gyllenhaal (Secretária) admitiu não achar possível dirigir A Filha Perdida (2021) sem ser mãe. A cineasta compartilhou à W Magazine como foi adaptar o romance de Elena Ferrante para o cinema - e a importância de reconstruir a representação materna nos filmes.
Gyllenhaal comentou como foi ver a reação do público ao assistir A Filha Perdida: “As pessoas respondem quando dizemos a verdade, especialmente sobre algo tabu. Nunca tinha visto tantos desses sentimentos, não apenas sobre ser mãe, mas sobre ser mulher, expressos antes, e achei isso realmente emocionante – e perturbador.”
Antes de produzir o filme, a cineasta escreveu uma carta para Ferrante pedindo os direitos para adaptar o romance. Gyllenhaal destacou os paralelos entre a obra literária e uma produção cinematográfica: “Uma coisa é ler sobre temas que concordamos não falar em um livro. É perturbador e reconfortante, mas ainda estamos sozinhos em nossos quartos com esse conhecimento secreto.”
“Achei que seria uma proposta muito radical colocá-lo em uma tela em um espaço comunitário, onde você pode estar sentado ao lado de sua mãe ou filha e realmente ouvir essas coisas ditas em voz alta. Então, algo está sendo realmente quebrado. Foi isso que eu propus a [Ferrante] na carta,” contou a estrela de Coração Louco (2009).
Gyllenhaal também falou sobre a importância de reconstruir os estereótipos maternos no cinema: “Quando somos pequenos, nossa sobrevivência depende de nossas mães serem boas, amorosas e cuidarem de nós. É algo sofisticado e adulto pedir às pessoas que reconciliem ser uma boa mãe e uma mãe ruim.”
“Acredito que as mulheres fazem trabalhos, arte, filmes, diferente dos homens – em particular, na maneira como articulamos as experiências femininas. E se não houver produções feitas por mulheres, essa será uma seção inteira de nossa experiência que não se reflete em nós. Não vejo como poderia ter feito este filme com precisão e compaixão sem ser mãe,” concluiu a cineasta.
Baseado no romance homônimo de Elena Ferrante, A Filha Perdida (2021) conta a história de Leda, mulher divorciada de meia-idade que viaja sozinha a uma cidade costeira da Itália — lá, reflete sobre a maternidade, sacrifícios da vida adulta, o passado e diversos outros tópicos.
Com direção de Maggie Gyllenhaal, o elenco é composto por Olivia Colman (The Crown), Dakota Johnson (Cinquenta Tons de Cinza), Jessie Buckley (Judy), Paul Mescal (Normal People), Peter Sarsgaard (A Órfã), e mais. Confira o trailer do filme da Netflix:
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