Cinco filmes brasileiros foram selecionados para o Festival de Cannes, incluindo mostras paralelas como Cinéfondation e Quinzena dos Realizadores
Vitória Campos (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 17/07/2021, às 14h00
Um dos maiores e mais prestigiados eventos do cinema, a 74ª edição do Festival de Cannes termina neste sábado, 17 de julho. O Brasil já marcou presença na cerimônia diversas vezes e chegou a ganhar a Palma de Ouro com O Pagador de Promessas (1962) em 1962.
Em 2019, dois filmes nacionais estiveram em destaque no Festival e ganharam o carinho do público e crítica. Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho, foi o vencedor do Prêmio do Júri e A Vida Invisível (2019), com direção de Karim Aïnouz, ganhou a Mostra Um Certo Olhar.
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Neste ano, cinco produções totalmente brasileiras - excluindo co-produções com outros países - foram selecionadas para o evento e mostras paralelas. Pensando nisso, a Rolling Stone Brasil listou os filmes nacionais exibidos no Festival de Cannes. Confira:
Dirigido por Karim Aïnouz (Madame Satã e O Abismo Prateado), O Marinheiro das Montanhas (2021) foi selecionado para a Mostra Sessões Especiais, sendo aplaudido pelo público por 15 minutos após sua exibição no Festival de Cannes.
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O longa é descrito como um diário do diretor, no qual reúne filmagens caseiras, fotografias de família e arquivos históricos. Na produção, acompanhamos a primeira viagem de Aïnouz à Argélia, país no qual seu pai nasceu. Assim, somos apresentados a uma jornada além do tempo, com discussões sobre a vida dos pais, a guerra pela independência do país, memórias de infância e mais.
Produzido como trabalho de conclusão de curso da Academia Internacional de Cinema de São Paulo, Cantareira (2021), do paulistano Rodrigo Ribeyro, venceu em terceiro lugar na Mostra Cinéfondation, a qual foca em filmes feitos por diretores ainda estudantes.
Segundo a sinopse oficial, a produção conta a história de Bento e Sylvio, neto e avô respectivamente, os quais possuem raízes na Serra da Cantareira, mesmo que em momentos diferentes. O mais velho contempla preocupado o atual estado da Serra, com o “avanço” à espreita do aspecto natural do lugar, já cicatrizado por lojas e estradas abertas em meio a mata. O jovem vive em São Paulo, solitário, envolto pela cacofonia da cidade grande. Seria melhor voltar ao lugar onde cresceu?
Sideral (2021) concorreu à Palma de Ouro em Cannes na categoria de curtas-metragens. Com direção de Carlos Segundo, do Rio Grande do Norte, o filme conta a história de uma faxineira, um mecânico e seus dois filhos. A família vive em Natal, perto de uma área onde haverá o lançamento do primeiro foguete tripulado por brasileiros; evento que pode mudar a vida de todos.
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Outro concorrente à Palma de Ouro como curta-metragem, Céu de Agosto (2020) é dirigido por Jasmin Tenucci. A produção retrata a vida de uma mulher grávida, quem é responsável por cuidar da avó doente. Além disso, precisa enfrentar a rotina caótica causada pela poluição das queimadas incessantes na Amazônia.
Mostra do Festival de Cannes sobre filmes de cineastas independentes, a Quinzena dos Realizadores selecionou Medusa (2021), longa-metragem carioca de Anita Rocha da Silveira. A produção de horror conta com Mari Oliveira, Bruna Linzmeyer, Lara Tremouroux e mais no elenco.
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O filme é inspirado no mito grego da medusa e retrata a opressão vivida pela brasileira Mariana, de 21 anos, quem está cansada da pressão social imposta às mulheres em relação à perfeição. Por isso, ela e suas amigas se esforçam ao máximo para controlar tudo e todas à sua volta. Porém, há de chegar o dia em que a vontade de gritar será mais forte, segundo a sinopse original.
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