Dirigido por James Gunn, Guardiões da Galáxia Vol. 3 vem para redimir Marvel Studios após sequência de filmes e séries ruins nos últimos anos
Felipe Grutter (@felipegrutter) Publicado em 28/04/2023, às 14h00
Após muita espera, Guardiões da Galáxia Vol. 3 finalmente chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta, 4 de maio, com uma trama recheada de emoção e baita acerto no drama e comédia (saiba mais abaixo, nesta review sem spoilers).
Nesse espaço de seis anos entre o segundo e terceiro filme da franquia, o fim da trilogia enfrentou alguns obstáculos durante a produção: além da pandemia de Covid-19, o diretor e roteirista, James Gunn, foi demitido após tuítes polêmicos serem resgatados.
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A demissão aconteceu em 2018 e, até ser recontratado pela Disney e Marvel Studios, o cineasta foi trabalhar para a concorrente, DC, e lançou o ótimo O Esquadrão Suicida (2021) e a aclamada série Pacificador, da HBO Max. Agora, Gunn é o chefão do DC Studios ao lado de Peter Safran.
Após apelo dos intérpretes dos Guardiões da Galáxia, como Chris Pratt (Peter Quill/Senhor das Estrelas), Zoë Saldaña (Gamora), Dave Bautista (Drax) e Bradley Cooper (Rocket Raccoon), o cineasta voltou ao cargo. Ainda bem que isso aconteceu, porque James Gunn entregou um dos melhores filmes da carreira e trouxe, finalmente, uma produção boa após diversos filmes e séries ruins da Marvel Studios nos últimos anos.
Guardiões da Galáxia Vol. 3 é cheio de personalidade e aumenta ainda mais o nível de tudo aquilo introduzido nos últimos filmes da franquia, assim como acontecimentos de Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Logo na abertura, com trilha da versão acústica de “Creep,” hit do Radiohead, você já recebe uma porrada e já emociona.
O lado emocional é muito forte no filme: Peter Quill está arrasado com a morte de Gamora em Guerra Infinita e ainda mais com o retorno da personagem sem memórias, descobrimos mais sobre o passado devastador de Rocket (ponto alto de Vol. 3) e Mantis (Pom Klementieff) quer se descobrir ainda mais.
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Como os materiais promocionais já revelaram, o longa introduz o aguardado Adam Warlock, interpretado por Will Poulter, que recebeu preparação para aparecer no MCU desde o primeiro Guardiões. Com uma cena inicial bastante forte, o personagem cai de rendimento ao longo do filme, e é usado apenas como uma ferramenta para a narrativa funcionar de maneira mais simplificada, sem entrar muito nas motivações dele.
Porém, o ritmo da narrativa é bastante satisfatório e não cansa em momento algum. Uma das principais críticas aos roteiros de James Gunn (e da Marvel no geral) aponta algumas piadas desnecessárias e sem graça. No Vol. 3, o cineasta acertou a mão nos momentos cômicos, mesmo quando eles acontecem após cenas dramáticas. Cada decisão é tomada de maneira natural.
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Gunn criou um roteiro bastante imprevisível, você fica com a sensação de que cada integrante dos Guardiões da Galáxia pode morrer a qualquer momento. Agora, o grande foco do filme é Rocket Raccoon, um dos mais carismáticos do MCU. A trama é costurada com flashbacks sobre a origem dele e, mesmo quando não está em cena, a presença do personagem segue muito forte.
Esse passado de Rocket dialoga diretamente com o grande vilão de Guardiões da Galáxia Vol. 3, o Alto Evolucionário, vivido brilhantemente por Chukwudi Iwuji (um dos destaques de Pacificador, inclusive). O personagem é muito poderoso e é intrinsecamente do mal - não é como um Thanos que destruiu o universo por um motivo que visava o bem dos outros. Mesmo assim, no final, ele não corresponde toda expectativa criada em relação aos poderes, mas sem dúvidas é um dos antagonistas mais memoráveis do MCU.
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Com uma primeira metade forte, Guardiões da Galáxia Vol. 3 corre muito com a narrativa e cria algumas decisões muito apressadas, especialmente para dar tempo de encerrar o arco de cada personagem da equipe. No entanto, se tivesse alguns minutos a mais, poderia entregar mais de Adam Warlock e trazer desfechos com mais calma e naturalidade, por exemplo.
Outro ponto muito interessante é a ambientação. Esse é um dos filmes mais bonitos da Marvel, seja por cenários, figurinos e designs de criaturas e personagens - o novo uniforme dos Guardiões é impecável. Especialmente para as criaturas, Gunn bebeu bastante dos filmes de terror (com algumas cenas aterrorizantes e assustadoras) e também faz homenagens a clássicos como 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968) e Alien - O 8.º Passageiro (1979).
Com os filmes e séries de super-heróis bastante saturados e criticados, Guardiões da Galáxia Vol. 3 vem como um lindo respiro e mostra que o gênero tem bastante potencial além das piadas ruins e uso excessivo de computação gráfica. Emocionante do começo ao fim, esse filme é um dos grandes marcos do gênero.
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