Longa dirigido por Walter Salles (Central do Brasil) é o principal concorrente de Emilia Pérez, representante da França no Oscar 2025
Henrique Nascimento (@hc_nascimento)
Publicado em 14/01/2025, às 16h00 - Atualizado às 21h00Jacques Mandelbaum, crítico do jornal francês Le Monde, não se surpreendeu com Ainda Estou Aqui, longa de Walter Salles (Central do Brasil), que acaba de estrear em cerca de 200 salas de cinema na França.
Em sua análise do filme, o crítico desaprovou a "focalização melodramática" na figura de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres (Tapas & Beijos), o que faria o filme "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário" da ditadura militar.
A interpretação de Torres, premiada na última edição do Globo de Ouro, também não escapou da acidez de Mandelbaum, que a classificou como "passavelmente monocórdica". Para o crítico, a Eunice do filme beira uma representação religiosa demais do sofrimento, e comparou a atuação com a de Sônia Braga em Aquarius, de 2016, em que a atriz vive uma mulher na luta para impedir a demolição do prédio onde mora.
Vale lembrar que, desde o Globo de Ouro, Ainda Estou Aqui tem crescido internacionalmente e agora ameaça o reinado de Emilia Pérez, longa de Jacques Audiard (Ferrugem e Osso) estrelado por Karla Sofía Gascón (Rebelde), Zoë Saldaña (Avatar: O Caminho da Água) e Selena Gomez (Only Murders in the Building), escolhido para representar a França no Oscar 2025.
Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui é ambientado no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970, em meio à ditadura militar, e conta a história de Eunice, mãe de cinco filhos, que se envolve em uma busca infindável pela verdade após o seu marido, Rubens, ser levado por policiais à paisana e desaparecer.
Além de Fernanda Torres, o longa ainda conta com Fernanda Montenegro (A Vida Invisível), Selton Mello (O Filme da Minha Vida), Maeve Jinkings (Pedágio), Antonio Saboia (Destino Particular), Humberto Carrão (Marighella) e Marjorie Estiano (Sob Pressão) no elenco. Assista ao trailer:
O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.
Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.
O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.
O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:
FONTE: Folha de S. Paulo
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