Maior honraria do cinema, Oscar já foi rejeitado algumas vezes (Foto: Christopher Polk/Getty Images) -
AQUECIMENTO OSCAR

Maior honraria do cinema, Oscar já foi rejeitado no passado

Desejada por muitos, a estatueta de ouro já foi recusada como forma de protesto ou por vencedores que nem mesmo compareceram à cerimônia de premiação

Henrique Nascimento Publicado em 09/03/2024, às 14h00

Maior honraria do cinema, o Oscar nem sempre chegou às estantes de seus vencedores. Ao longo de quase 100 anos de existência, artistas como Katharine Hepburn, premiada quatro vezes com a estatueta de Melhor Atriz, e Woody Allen, premiado também quatro vezes, mas naa categoria de Melhor Roteiro Original, sequer compareceram à cerimônia para receber os seus prêmios.

Porém, na história da premiação, há ainda registros de artistas que, declaradamente, recusaram o prêmio, por motivos bastante específicos. A seguir, relembre quatro ocasiões em que indicados e vencedores recusaram ver os seus nomes associados ao Oscar:

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Dudley Nichols rejeita o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado em 1936

O roteirista Dudley Nichols foi a primeira pessoa na história do Oscar a rejeitar uma estatueta de ouro. Em 1936, ele conquistou o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado por O Denunciante, longa de John Ford de 1935.

No entanto, ele recusou a honraria por conta de uma série de disputas entre o Sindicato de Roteiristas de Hollywood, do qual ele foi um dos fundadores, e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável por organizar o Oscar.

Após a recusa histórica por O Denunciante, Nichols chegou a ser indicado em outras três oportunidades - por A Longa Viagem de Volta, em 1941, Águias Americanas, em 1944, e O Homem dos Olhos Frios, em 1958 -, mas nunca mais saiu vencedor da premiação.

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George C. Scott rejeita nomeação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 1962

Em 1962, praticamente 30 anos após aa vitória de Nichols, o controverso ator norte-americano George C. Scott afirmou que não tinha qualquer interesse em receber um Oscar. Ele foi nomeado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante por Desafio à Corrupção (1961), filme de Robert Rossen protagonizado por Paul Newman, mas rejeitou a oferta. O prêmio acabou ficando com George Chakiris por Amor, Sublime Amor (1961).

Curiosamente, dois anos antes, quando foi indicado pela primeira vez ao prêmio, também na categoria de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho em Anatomia de Um Crime (1959), de Otto Preminger, Scott não registrou recusa. Na ocasião, ele perdeu o prêmio para Hugh Griffith, nomeado por Ben-Hur (1959), de William Wyler. Rolou um ressentimento?

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George C. Scott rejeita o Oscar de Melhor Ator em 1971

Mesmo após a recusa de George C. Scott em 1962, a Academia voltou a nomear o ator na edição do Oscar de 1971, mas agora na categoria de Melhor Ator por Patton - Rebelde ou Herói? (1970), de Franklin J. Schaffner.

O ator finalmente conquistou uma estatueta de ouro e o produtor do filme, Frank McCarthy, também premiado na noite com o Oscar de Melhor Filme, subiu ao palco e recebeu a estatueta de Scott, agradecendo o reconhecimento da Academia.

No entanto, no dia seguinte, ele devolveu a estatueta para respeitar o desejo de George C. Scott, que considerava a cerimônia do Oscar um desfile criado em virtude de interesses econômicos. Assista ao registro da vitória:

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Marlon Brando rejeita o Oscar de Melhor Ator em 1973

Marlon Brando – já vencedor de uma estatueta de Melhor Ator por Sindicato de Ladrões (1954), de Elia Kazan - também já rejeitou um Oscar. Ao conquistasr a estatueta de Melhor Ator por O Poderoso Chefão (1972), Brando rrecusou o prêmio de maneira chocante.

Ausente da cerimônia, ele foi representado pela ativista pelos direitos dos índios americanos, Sacheen Littlefeather, que subiu ao palco para discursar: “[Brando] lamentavelmente não pode aceitar este prêmio tão generoso”, disse Littlefeather em seu discurso improvisado de recusa, sabendo que não teria tempo para ler as várias páginas datilografadas do ator de comentários preparados.

E as razões para isso são o tratamento dos indígenas americanos pela indústria cinematográfica [o público começa a vaiar] – com licença – e na televisão, em reprises de filmes, e também com acontecimentos recentes em Wounded Knee", continuou. O discurso de Marlon Brando foi lido na íntegra na sala de imprensa após o ocorrido.

Depois disso, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu criar uma nova regra, afirmando que ninguém poderia receber o prêmio por um vencedor, caso ele não estivesse presente na cerimônia de premiação.

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