Mudanças gigantescas são encomendadas semanas antes do lançamento das produções, segundo o artista
Redação Publicado em 27/07/2022, às 11h20
Um artista de efeitos visuais denunciou as condições de trabalho dos funcionários responsáveis por criar a computação gráfica das produções da Marvel Studios. Em entrevista à Vulture, o funcionário não identificado justificou as críticas que a franquia vem recebendo pela computação gráfica (CGI) de baixa qualidade.
O profissional destacou que a divisão de Kevin Feige, presidente do estúdio, costuma encomendar mudanças gigantescas semanas antes do lançamento de seus longas e programas. “Um ou dois meses antes do lançamento, eles pedem para a gente mudar todo o terceiro ato”, disse o artista digital.
As drásticas mudanças repentinas ficam nítidas nos últimos títulos do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) como Viúva Negra (2021) e She-Hulk: Attorney at Law (2022), que ainda não foi lançado, mas recebeu diversas críticas pelos efeitos especiais irregulares.
Os estúdios de VFX apresentam orçamentos para a Marvel e, segundo informações do profissional, os estúdios acabam sempre optando pelo mais barato. Essa economia, no entanto, cobra um grande preço dos artistas, obrigados a trabalhar várias horas extras com equipes extremamente reduzidas.
“Todos os projetos da Marvel tendem a ter menos pessoas do que o necessário. Enquanto eu costumo trabalhar em equipes de dez artistas em filmes de outros estúdios, nos da Marvel são duas pessoas, incluindo eu”, relatou o artista, que disse ainda já ter presenciado colegas chorando após trabalharem semanas inteiras sem descanso nas produções.
Em sua denúncia, o artista afirmou que diversos colegas que trabalharam nas primeiras produções do selo contaram histórias de produtores exigindo mudanças em detalhes mínimos dos filmes, mas que as ordens vinham sem um direcionamento claro para que o trabalho pudesse ser feito.
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A preferência do estúdio por diretores com pouca experiência no ramo também soma a esse cenário problemático. “À medida que trabalhamos em um filme, enviamos imagens ainda não-finalizadas que não estão bonitas, mas mostram onde estamos. Você não pode mostrar algo super bonito quando o básico ainda está sendo desenvolvido.”
Por fim, o profissional reforçou que o Marvel Studios é um importante cliente para as empresas de efeitos visuais e que aquelas que não seguem os desejos do estúdio são barradas de produções futuras.
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Embora seja uma das franquias mais lucrativas da história do cinema, esta não é a primeira vez que um funcionário comenta sobre a relação abusiva da Marvel Studios com os funcionários de efeitos especiais.
Em 11 de julho, o ex-técnico de efeitos especiais Dhruv Govil também denunciou, em seu Twitter, as condições abusivas de trabalho fornecida. O produtor recebeu créditos por seu trabalho em Guardiões da Galáxia (2014) e Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017).
O problema é que a Marvel é grande demais. Eles podem exigir o que quiserem, e as empresas de efeitos precisam aceitar o trabalho. É um relacionamento tóxico.
Working on #Marvel shows is what pushed me to leave the VFX industry. They're a horrible client, and I've seen way too many colleagues break down after being overworked, while Marvel tightens the purse strings. https://t.co/FacGBfnYmG
— Dhruv Govil (@DhruvGovil) July 10, 2022
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