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ENTREVISTA

Curadora revela curiosidades de mostra de filmes de horror digiridos por mulheres

Beatriz Saldanha é responsável por Mestras do Macabro: As Cineastas do Horror ao redor do Mundo, que acontece até o dia 21 de abril em São Paulo

Giulia Cardoso (@agiuliacardoso)

Publicado em 04/04/2025, às 13h30
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Curadora revela curiosidades de mostra de filmes de horror digiridos por mulheres - Divulgação
Curadora revela curiosidades de mostra de filmes de horror digiridos por mulheres - Divulgação

Até o dia 21 de abril, a unidade de São Paulo do Centro Cultural Banco do Brasil (R. Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico de São Paulo) recebe a mostra Mestras do Macabro: As Cineastas do Horror ao redor do Mundo, que traz trabalhos dirigidos por mulheres de diferentes partes do mundo.

Em entrevista à Rolling Stone Brasil, a pesquisadora e crítica de cinema Beatriz Saldanha, principal responsável pela curadoria dos 28 filmes de horror — incluindo cinco produções brasileiras —, revelou que o projeto surgiu a partir de uma pesquisa de anos que, primeiramente, resultou em um curso ministrado por ela em 2022, com a intenção de dar destaque aos trabalhos de mulheres no horror.

"A crítica e a pesquisa acadêmica, por muito tempo as ignorou [essas cineastas]. Então, é uma forma de tentar dar conta de  omissões dos nomes que eu considero importantes", diz. 

A trajetória de Beatriz pelo mundo do horror

Antes de enveredar pelas obras de mulherer no horror, Beatriz se apaixonou pelo gênero. Desde os cinco anos de idade, ela já demonstrava interesse em filmes de horror e, em 2017, criou o site Revista Les Diaboliques, para abordar o assunto. Os dois interessem acabaram se juntando durante o processo que a levou até a mostra:

"Algumas diretoras eu já conhecia os filmes, mas não sabia que eram delas, e eu achei muito legal perceber que elas sempre estiveram lá e sempre fizeram parte da minha história de alguma forma", conta Beatriz. 

“Sem dúvida, é o maior projeto no qual já trabalhei”

Para a Beatriz, o trabalho foi gratificante, mas trabalhoso. Após ter o projeto aceito, ela se envolveu de forma intensa na coordenação: "O Breno [Lira, produtor da mostra] deixou tudo ao meu cargo. Então, quem ia fazer a ilustração? Como ia ser a programação? Quem ia debater os filmes? Eu traduzi os textos e fiz tudo. Eu estou em tudo dentro da mostra", divide.

Antes de chegar em São Paulo, Mestras do Macabro: As Cineastas do Horror ao redor do Mundo passou pelas unidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte do CCBB. Segundo Beatriz, os feedbacks recebidos no período potencializaram o projeto:

"Em Belo Horizonte foi lindo. O tema era Cinefilia, Mulheres e Horror, e várias mulheres ficaram comentaram que elas sentiam não ter espaço para falar disso. Foi um momento superbonito para elas verem que existem muitas outras mulheres interessadas no tema. Foi super egal esse debate", conta. 

Além de responsável pela curadoria e a realização da mostra, Beatriz também foi responsável por traduzir quatro títulos presentes na programação, que ainda eram inéditos no Brasil. Confira a seguir:

Por fim, mesmo com muito trabalho já realizado, a pesquisadora ainda pretende, durante o período em que a mostra estiver em São Paulo, mediar debates e ministrar o curso temático Cineastas do Horror. "Sem dúvida, é o maior projeto no qual já trabalhei", completa.

Serviço:

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