Moana 2 é uma aventura divertida, mas sem o encanto de seu antecessor; leia a crítica - Divulgação/Disney
CRÍTICA

Moana 2 é uma aventura divertida, mas sem o encanto de seu antecessor

Sequência do sucesso Moana: Um Mar de Aventuras, de 2016, a novidade chega aos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (28)

Camila Gomes (@camilagms) Publicado em 28/11/2024, às 16h15

Um dos maiores sucessos recentes da Disney, Moana: Um Mar de Aventuras a história da futura líder de sua comunidade, que vive confinada à ilha ainda dominada por seu pai. Escolhida pelo oceano para salvar seu povo, ela navega, a contra-gosto de sua família, além do recife para encontrar o semideus Maui e salvar aqueles que ama.

Lançado em 2016, o longa arrecadou quase US$ 650 milhões para os cofres da empresa, ocupando a 12ª posição entre os filmes mais assistidos daquele ano, então não é de se estranhar que, oito anos depois, Moana ganhe uma continuação.

Inicialmente prevista para ser uma série no Disney+ — o que explica a coleção de diretores nos créditos da novidade —, Moana 2 chega aos cinemas a partir desta quinta-feira, dia 28 de novembro, com uma aventura tão divertida quanto a anterior, mas sem o mesmo encanto.

Moana 2 é tão bom quanto o seu antecessor? 

Com David Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller na direção, Moana 2 não conseguiu se desvencilhar de sua estrutura episódica, e é fácil identificar onde cada capítulo da série começaria e terminaria. Sem grandes novidades, o longa pode até não reprisar a grandeza de seu antecessor, mas ainda assim tem bons momentos.

Na continuação, Moana recebeu um chamado de seus ancestrais para encontrar a ilha perdida Motufetu e restaurar as correntes marítimas, tornando possível a conexão entre diferentes povos.

Mais experiente e aventureira, a jovem lidera um time composto por outros membros de sua ilha, um tanto inexperientes, mas que também estão dispostos a se sacrificar para manter o legado e cultura de seu povo vivo.

A nova animação dá à protagonista um novo propósito, que poderia ser explorado e expandido em novas continuações. Porém, a trama, por si só, não se aprofunda em questões sobre isolamento e perda de tradições, que poderiam fortalecer o objetivo de uniros povos, e as motivações do deus Nalo, que deseja manter os humanos afastados, são pouco convincentes.

O ponto forte do filme é aceitação de Moana de que as suas escolhas a levaram para uma  missão ainda mais perigosa do que antes, com um alto risco de não poder retornar para casa. Mais experiente e promovida ao cargo de irmã mais velha, a navegadora e protetora de seu povo tem consciência de que há muito a perder se aceitar deixar tudo para trás, como o tempo ao lado de sua irmã.

Ainda assim, mesmo com as reflexões os perigos mortais em alto mar e os temores pelo eminente desaparecimento de seu povo, o roteiro assinado por Jared Bush, que trabalhou no primeiro filme, e a diretora Dana Ledoux Miller não traz o peso emocional necessário para a história de Moana.

E a trilha sonora?

Moana 2 tem ótimos momentos musicais, como Além, que reforça o conflito interno de Moana, e Só Vai, da nova antagonista Matangi, que brilha em seus poucos momentos de tela — que são mais marcantes que o próprio vilão da história —, mas se apoiam nos visuais para empolgar.

Certamente, uma das maiores perdas que Moana 2 sofreu foi a saída de Lin Manuel-Miranda da trilha sonora. Infelizmente, as suas substitutas, Abigail Barlow e Emily Bear, não conseguem emplacar faixas cativantes, que funcionem sozinhas, como aconteceu no primeiro filme.

Vale a pena ver Moana 2?

Moana 2 não perde sua essência e glória. Ela concretiza a missão de continuar cativando e expandindo com sucesso essa franquia, mas a decisão de não se arriscar nas decisões criativas acaba tornando a história mais do mesmo. No fim, o filme vai conquistar mais pelo visual do que por sua fraca narrativa.

Especial de cinema da Rolling Stone Brasil

O cinema é tema do novo especial impresso da Rolling Stone Brasil. Em uma revista dedicada aos amantes da sétima arte, entrevistamos Francis Ford Coppola, que chega aos 85 anos em meio ao lançamento de seu novo filme, Megalópolis, empreitada ousada e milionária financiada por ele próprio.

Inabalável diante das reações controversas à novidade, que demorou cerca de 40 anos para sair do papel, o cineasta defende a ousadia de ser criativo da indústria do cinema e abre, em bom português, a influência do Brasil em seu novo filme: “Alegria”.

O especial ainda traz conversas com Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello sobre Ainda Estou Aqui, um bate-papo sobre trilhas sonoras com o maestro João Carlos Martins, uma lista exclusiva com os 100 melhores filmes da história (50 nacionais, 50 internacionais), outra lista com as 101 maiores trilhas da história do cinema, um esquenta para o Oscar 2025 e o radar de lançamentos de Globoplay, Globo Filmes, O2 Play e O2 Filmes para os próximos meses.

O especial de cinema da Rolling Stone Brasil já está disponível nas bancas de jornal, mas também pode ser comprado na loja da editora Perfil por R$ 29,90. Confira:

 

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