O Sequestro do Papa, baseado em uma história real, estreia nos cinemas brasileiros - Divulgação
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O Sequestro do Papa, baseado em uma história real, estreia nos cinemas

Na novidade, o diretor Marco Bellocchio revive a história de Edgardo Mortara, uma criança de seis anos separada dos pais

Redação Publicado em 18/07/2024, às 14h30

Em uma estreia marcante, o cinema brasileiro abre suas portas nesta quinta-feira, 18, para O Sequestro do Papa, uma obra cinematográfica dirigida por Marco Bellocchio que relembra o enigmático caso de Edgardo Mortara. Este longa-metragem não somente captura a atenção por seu conteúdo histórico, mas também reacende debates sobre fé, identidade e liberdade.

O centro dessa trama é Edgardo Mortara, arrancado de sua família judia aos seis anos de idade em Bolonha, Itália. O episódio, que se desenrolou entre 23 e 24 de junho de 1858, não somente abalou a cidade, mas ecoou através da história como um dos raptos mais controversos já registrados. Inesperadamente batizado por uma empregada da família, o destino de Edgardo tomou um novo rumo sob a doutrinação católica. Separado dos pais, ele se tornou padre e viveu distante de seus familiares.

O caso Mortara é emblemático, destacando-se não apenas pelo seu caráter extraordinário, mas também pela complexidade das questões religiosas e sociais que suscitou na época. Os detalhes dessa narrativa encontram-se imortalizados na obra literária O Sequestro de Edgardo Mortara, de David I. Kertzer, um recurso indispensável para aqueles que buscam compreender os nuances deste acontecimento histórico.

Marco Bellocchio, ao nos apresentar O Sequestro do Papa, assegura que sua abordagem cinemática vai além da ficção. Em declarações dadas durante o Festival de Cannes, o diretor enfatizou a pesquisa histórica que fundamenta o filme. Além de inspirar-se na obra de Kertzer, Bellocchio faz menção aos trabalhos de Vittorio Messori e Daniele Scalise como pilares para a construção narrativa, que se apoia em eventos chave: o sequestro em 1858, subsequente julgamento em 1860 e a captura de Roma em 1870.

Bellocchio esclarece que O Sequestro do Papa não pretende ser um manifesto político contra a Igreja ou favorecer um lado em detrimento do outro. Em vez disso, procura explorar as profundezas da experiência humana de Edgardo Mortara, cuja vida foi indelevelmente marcada por eventos que hoje parecem inconcebíveis. Numa época dominada por diálogos fechados e doutrinas rígidas, a trajetória de Mortara ressoa como um testemunho poderoso da complexidade das questões de fé e identidade.

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O Sequestro do Papa

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