De Ryan Gosling arrasando em "I'm Just Ken" a um John Cena completamente nu, passando por surpresas e decepções: os altos e baixos, e os momentos "que p*rra é essa" do Oscar deste ano
por Kalia Richardson e Kory Grow, da Rolling Stone US Publicado em 11/03/2024, às 14h55
Nós também ficamos perplexos com um John Cena quase nu e com Ryan Gosling servindo um musical cheio de energia rosa-choque. A 96ª edição do Oscar nos deu momentos memoráveis e lamentáveis, vitórias muito esperadas (Robert Downey Jr.! Wes Anderson! Christopher Nolan!) e uma rodada um tanto previsível, de vitórias para o fenômeno Oppenheimer. Também testemunhamos momentos verdadeiramente "que diabos foi isso", escolhas musicais que nos fizeram questionar o que estavam pensando e mais do que algumas situações de deixar qualquer um de queixo caído. Aqui estão os 10 melhores, piores e mais selvagens momentos do Oscar 2024.
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Jimmy Kimmel abriu a cerimônia com um monólogo que se esperaria de Jimmy Kimmel – meio sarcástico (com piadas sobre o passado de Robert Downey Jr. com as drogas), meio carinhoso (elogiando a diretora preterida Greta Gerwig) e meio desconfortável (descrevendo Zona de Interesse como uma "comédia romântica" para alemães - apenas não!). Então veio um momento adorável. Após reconhecer como Hollywood superou as greves dos atores e roteiristas, ele lançou um holofote, literalmente, sobre as pessoas que trabalham atrás das câmeras: as equipes de filmagem. "Essa nossa cidade estranha, tão pretensiosa e superficial como pode ser, é, no fundo, uma cidade sindicalizada", disse ele. Então ele trouxe motoristas de caminhão, equipe de iluminação, som, câmera, eletricistas e assistentes de câmera e produção: "Todas as pessoas que se recusaram a cruzar a linha de piquete." —KG
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Indicada pela primeira vez, Da’Vine Joy Randolph conquistou o circuito de premiações graças ao seu papel em Os Rejeitados, tendo ganhado um Globo de Ouro, um Critics Choice Award, um Screen Actors Guild Award, um BAFTA e, agora, um Oscar. Randolph se emocionou ao lembrar-se de como sua mãe a incentivou a fazer teatro e relembrou como um mentor inicial a encorajou. "Quando eu era a única garota negra naquela classe, você me viu e me disse que eu era suficiente", disse Randolph. "Quando eu disse que não me via, você disse: ‘Tudo bem. Vamos abrir nosso próprio caminho.’" Ela terminou dando um aceno ao seu relações públicas. "E eu sei que vocês disseram para não falar nada sobre o relações públicas, mas vocês não têm um relações públicas como o meu!" —KR
O que deveria ser uma celebração da atuação de Colman Domingo em Rustin da Netflix se transformou em merchan completo, com direito a um constrangedor brinde de tequila com o comediante Guillermo Rodriguez. Enquanto os membros da plateia levantavam seus copos, Rodriguez chamou o ator indicado ao Oscar de "Colman Flamingo". Errou feio, errou rude. Para piorar a situação, a esquete foi seguida por um anúncio da Don Julio com fogos de artifício, dança e um DJ. Não. Apenas, não. —KR
Para comemorar o 50º aniversário de um momento entre David Niven e Elizabeth Taylor, Jimmy Kimmel e John Cena concordaram, de brincadeira, em encenar uma esquete - que terminou com Cena nu no palco. "Psst, Jimmy", disse o ator do fundo do palco. "Mudei de ideia, não quero mais fazer a parte da cena". Kimmel, então, convenceu Cena a subir ao palco com apenas o cartão dos indicados para Melhor Figurino cobrindo suas partes íntimas. "Não consigo abrir o cartão", reclamou Cena. O momento foi estranho, desconfortável e meio engraçado. "O corpo masculino não é uma piada", disse Cena. "O meu é", brincou Kimmel. —KG
Durante seu discurso de aceitação pelo Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, o cineasta de Ficção Americana Cord Jefferson pediu aos investidores de Hollywood que reavaliassem como investem seu dinheiro. "Eu entendo que esta é uma indústria avessa ao risco", disse ele. "Filmes de 200 milhões de dólares também são um risco. Em vez de fazer um filme de 200 milhões, tentem fazer 10 filmes de 20 milhões. Ou 50 filmes de 4 milhões. O próximo Martin Scorsese está lá fora. A próxima Greta está lá fora. O próximo Christopher Nolan está lá fora." Como referência, o ScreenRant relata: Velozes & Furiosos X custou 340 milhões de dólares; The Flash foi 300 milhões de dólares, e Missão Impossível - Acerto de Contas: Parte Um custou 290 milhões. Ficção Americana custou "significativamente menos de 10 milhões", segundo o ScreenDaily. —KG
O debate Barbenheimer parou no palco do Oscar! Oppenheimer recebeu 13 indicações, enquanto Barbie ficou atrás com oito. Logo antes de Emily Blunt e Ryan Gosling, colegas de elenco em Fall Guy, reconhecerem o legado dos dublês, Blunt mencionou a disparidade e como seu filme - Oppenheimer - tinha ido “bastante bem” no circuito de premiações. Em resposta, Gosling alfinetou Blunt por seu filme estar "pegando carona nas costas de Barbie o verão todo". Blunt então retrucou, acusando Gosling de "Ken-splaining", e atingiu em cheio quando se referiu a Gosling como "Sr. 'Preciso Pintar Meus Abdômen Para Ser Indicado'". Eita! "Isso precisa parar", disse Gosling. "Temos que acabar com isso!" (mas, considerando que este foi um dos poucos alívios cômicos que funcionaram na noite, pedimos: por favor, não parem não). —KR
Foi a surpresa da noite: quase todo mundo esperava que Lily Gladstone ganhasse o Oscar de Melhor Atriz por seu papel em Assassinos da Lua das Flores. Isso teria compensado o filme ter sido esnobado em todas outras categorias. Então Emma Stone levou. Abalada, a atriz de Pobres Criaturas aceitou seu prêmio como sua personagem Bella Baxter, parecida com Frankenstein, e agradeceu a seus colegas de elenco, ao diretor Yorgos Lanthimos e a sua filha de três anos. Mas enquanto Stone brincava sobre rasgar seu vestido ou sobre perder a voz durante o discurso de aceitação, era difícil não pensar no que teria significado premiar Gladstone. Ela não era apenas o coração de Assassinos da Lua das Flores — ela também teria feito história como a primeira mulher indígena a ganhar um Oscar de Melhor Atriz. Foi uma oportunidade perdida. —KR
"Não parece importar o que eu faça/Eu sou sempre o segundo", diz o início da letra de "I'm Just Ken", música de Barbie interpretada por Ryan Gosling. Mas no Oscar, Ken/Gosling fez um show paralisante. Billie Eilish, sentada atrás dele, não conseguiu se conter enquanto ele cantava os versos dolorosos e transformava o palco em uma explosão caleidoscópica de rosa, partindo blocos de madeira com golpes de karatê, cercado por cowboys e Kens dançantes, rostos de Barbie girando e... o guitarrista do Guns N’ Roses, Slash! Em um momento, Gosling foi para a primeira fila e cantou com seus colegas de elenco e atpe com a "rival" na temporada, Emma Stone. Até mesmo o câmera segurou a mão de Gosling. Por apenas alguns minutos nesta noite de domingo, Ken foi o primeiro lugar. —KG
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Culpem o maestro (e não estamos falando do filme de Bradley Cooper). No final do emocionante discurso de aceitação do cineasta Mstyslav Chernov pelo prêmio de Melhor Documentário por 20 Dias em Mariupol, filme sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, a escolha da música de encerramento foi... infeliz. Chernov falou sobre a resiliência do povo ucraniano e a importância de mostrar injustiças ao redor do mundo através do cinema — "porque o cinema forma memórias, e memórias formam história", ele disse. Foi brilhante e emocionante. Só para a orquestra começar uma versão especialmente cinematográfica de... "I'm Just Ken". Foi o momento musical mais constrangedor da noite. —KG
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Mesmo que Oppenheimer tenha sido um dos maiores sucessos de bilheteria do ano, e mesmo que tenha sido o filme mais indicado do Oscar no domingo, uma vitória – mesmo merecida – foi uma surpresa agradável para os espectadores e para as pessoas que fizeram o filme. "Acho que qualquer um que faz filmes sabe que meio que sonha com esse momento", disse Emma Thomas, produtora de Oppenheimer, enquanto aceitava o troféu de Melhor Filme. "Eu poderia negar, mas tenho sonhado com esse momento há tanto tempo. Mas parecia improvável que realmente acontecesse". De 13 indicações, Oppenheimer ganhou sete, incluindo Melhor Diretor (Christopher Nolan), Melhor Ator (Cillian Murphy) e Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.) Alguns deles até mesmo passeavam com seus troféus atrás de Thomas enquanto ela falava. Foi uma vitória para mega produções que revelam novas profundidades da experiência humana — exatamente o propósito da existência de Hollywood. —KG
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