Predileção do astro é compartilhada por outros colegas de gênero — e há uma razão para isso
Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 06/11/2024, às 08h00
Morgan Freeman personificou diversos personagens marcantes ao longo de seis décadas de carreira na atuação. Já interpretou desde Deus em Todo Poderoso (2005) até um simples e gentil motorista em Conduzindo Miss Daisy (1989) — papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.
Porém, seu estilo de papel foge um pouco dos exemplos mencionados anteriormente. Freeman já revelou sua preferência em interpretar vilões.
Em 1996, o artista concedeu uma entrevista ao crítico de cinema Roger Ebert. Durante a conversa, foi perguntado sobre o fato de muitos atores preferirem viver “malvados” do que mocinhos.
Morgan concordou e deu sua opinião sobre o assunto:
Ah, sim, vilões têm uma gama maior de emoções. Um mocinho é como um atirador. Ele atira em linha reta. Já o vilão está constantemente indo e vindo por essa linha, conforme aparece a necessidade.
Para exemplificar, o astro mencionou o papel de vilão que interpretou no filme Reação em Cadeia, promovido à época. Ele declarou:
Com esse personagem que interpreto, em algumas vezes, sou muito sincero e sério. Todo o tempo sou muito sincero e sério, mas há um momento no qual simplesmente escondo os olhos e, então, você não sabe com o que está lidando. Eu gosto disso. A maioria dos atores gosta.”
Em 1998, Morgan Freeman foi uma das estrelas de Tempestade, filme no qual interpretou justamente o vilão. No entanto, por mais que tenha seu apreço por esse tipo de papel, não possui lembranças nada boas desse trabalho.
No roteiro original do título, seu personagem deveria morrer. Entretanto, durante exibições teste de Tempestade, o público ficou insatisfeito com o falecimento do antagonista.
O incômodo foi tão grande ao ponto de o próprio Freeman exigir a regravação do final. Em entrevista ao jornal The Guardian em 2000, disse:
Interpretei o vilão em um filme, o exibiram para o público e as pessoas puderam nos dizer o que fazer. A audiência falou: ‘bem, não quero que ele… não quero que o Morgan morra!’. E eu vivia um ladrão. Foi um verdadeiro dilema. Voltamos ao estúdio, regravamos a cena para eu não morrer e ficava com dinheiro.”
Na sequência, Freeman admitiu o fracasso de Tempestade e ele mesmo recomendou ao público não perder tempo assistindo ao título. O ator afirmou de forma simples e direta: “Algum de vocês viu esse filme? Não, apenas não (veja)”.
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Colaborou: Augusto Ikeda.
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