Saga de cinco longas faturou US$ 3,3 bilhões mundialmente; primeira obra rendeu quase US$ 400 mi mesmo com investimento que não chegava a US$ 40 mi
Igor Miranda Publicado em 23/01/2024, às 10h40
O fim dos anos 2000 nos cinemas ficou marcado pelo sucesso da chamada saga Crepúsculo, com filmes inspirados na série de livros homônima de autoria de Stephenie Meyer. Estrelados por Kristen Stewart (como Bella Swan), Robert Pattinson (Edward Cullen) e Taylor Lautner (Jacob Black), a sequência de cinco longas disponibilizados entre 2008 e 2012 arrecadou US$ 3,3 bilhões mundialmente.
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O primeiro filme, chamado apenas Crepúsculo (2008), saiu em 2008 e mesmo com um orçamento modesto de US$ 37 milhões, teve bilheteria de US$ 393,6 milhões. Lua Nova (2009) teve investimento ligeiramente maior, de US$ 50 mi, mas quase que dobrou a renda: US$ 709 mi. Para Eclipse (2010), foram investidos US$ 68 mi e o retorno foi de US$ 698 mi. Os longas conclusivos, Amanhecer: Parte 1 (2011) e Parte 2 (2012), tiveram injeção financeira de US$ 110 mi e US$ 120 mi para receitas de US$ 712 mi e US$ 829 mi, respectivamente.
Para além do sucesso em bilheteria, as obras exerceram grande influência especialmente no público jovem. Ainda serviram para fazer decolar a carreira de seus protagonistas, com destaque a Stewart e Pattinson — este último, intérprete de Batman em seu filme mais recente, lançado em 2022.
O mais curioso é que ninguém esperava tamanha repercussão. A diretora Catherine Hardwicke chegou a ser desestimulada a desenvolver a adaptação cinematográfica, pois, segundo ela, todos os grandes estúdios recusaram trabalhar no projeto.
Em entrevista ao podcast Watchalong (via Variety), Hardwicke contou que executivos da área disseram que ela não conseguiria passar dos US$ 30 milhões em arrecadação. O motivo da projeção — equivocada, no fim das contas — seria o fato de filmes adaptados de livros populares entre o jovem público feminino não faturarem tanto.
“Todos os estúdios da cidade recusaram. MTV e Paramount colocaram em ‘turnaround’ (quando se recorre a auxílio externo para fazer um projeto entrar em produção). Todo mundo dizia que não iríamos conseguir. Mesmo quando comecei no trabalho, disseram: ‘sabe, Quatro Amigas e um Jeans Viajante era um livro popular para meninas e rendeu US$ 29 milhões… provavelmente isso é tudo o que seu filme pode render’.”
Olhando em retrospecto, a cineasta dá risada das previsões pouco entusiasmadas.
“É claro que nosso fim de semana de estreia foi de US$ 69 milhões e ganhamos US$ 400 milhões no total no primeiro filme. Ninguém poderia prever isso!”
De acordo com Catherine Hardwicke, mesmo quando a obra já estava pronta, os executivos da Summit Entertainment, empresa responsável pelo lançamento, não se empolgaram.
“Até um dia antes do fim de semana de estreia, como naquela quarta ou quinta-feira anterior, eles disseram: ‘se ganharmos US$ 30 [milhões] ou algo assim, ficaremos em êxtase’.”
Outro ponto de discordância entre a diretora e o estúdio residia em Robert Pattinson. Não em seu talento, mas na aparência do ator que daria vida a Edward Cullen. Ela revelou:
“Eles me ligaram de volta e disseram: 'você acha que pode fazer esse cara ter uma boa aparência?’. Eu disse: ‘Sim, eu eu acho. Você viu as maçãs do rosto dele? Vamos trabalhar no cabelo e tudo mais, e ele vai começar a malhar e vai ficar lindo.’ Mas eles não acreditaram no início. Ele tinha ido até o estúdio com uma camisa manchada ou algo assim. Típico de Rob.”
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