Simu Liu estreia na Marvel em grande estilo com história envolvente e bem-humorada em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Mariana Rodrigues (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 01/09/2021, às 10h30 - Atualizado em 02/09/2021, às 09h35
[ATENÇÃO: O texto pode conter spoilers de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis]
A Fase 4 do MCU destacou heróis que ficaram, muitas vezes, nas sombras dos filmes da Marvel. Da mesma forma, também introduziu novos personagens - como foi o caso de Shang-Chi (Simu Liu). Com cenas de lutas elaboradas e humor capaz de arrancar boas risadas do público, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (2021) é a apresentação ideal para um guerreiro, quem pode ser fundamental para as novas produções.
As futuras tramas da Marvel ainda são um mistério. Até o momento, Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), Loki (Tom Hiddleston), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Falcão (Anthony Mackie) - quem se tornou o novo Capitão América - foram os protagonistas dos últimos lançamentos do estúdio. No entanto, todos foram apresentados em outros filmes e contam com uma longa jornada no MCU.
Por outro lado, essa é a primeira aparição de Shang-Chi nesse universo. Alguns elementos da história estão presentes em outros longas - como Homem de Ferro 3 (2013) e Homem-Formiga (2015) - mas os personagens principais são completamente novos. Isso poderia causar certo estranhamento à primeira vista, no entanto, o carisma contagiante do protagonista consegue fazer o público sentir como se ele sempre estivesse presente.
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Apesar de ser uma história de origem, fica claro como Shang-Chi nasceu para ser um herói. Treinado desde criança pelo pai para ser um grande guerreiro, o jovem se afastou da família depois de adulto e tem uma vida simples em São Francisco, Estados Unidos. Mas tudo muda quando as raízes na China o obrigam a enfrentar a sua ascendência - nesse caso, o próprio pai.
Shang-Chi é o primeiro protagonista asiático do MCU e a preocupação com a representatividade é notável. Além dele, todos os personagens protagonistas e coadjuvantes também são asiáticos - com destaque para os desempenhos incríveis de Awkwafina como a melhor amiga Katy e Tony Leung como o Mandarim, pai de Shang-Chi.
Apesar de para alguns, parecer um passo arriscado, é mais que necessário e, assim como outras produções, é tudo questão de costume. Afinal, Capitão América ou Homem de Ferro nem sempre estiveram aqui, mas todos se adaptaram com eles protagonizando grandes aventuras. Agora é a vez de Shang-Chi assumir esse papel.
Quando James Gunn resolveu fazer Guardiões da Galáxia (2014) - um filme inteiramente ambientado no espaço - o público e a crítica estavam apreensivos, pois era algo muito diferente das produções da Marvel até aquele momento. O mesmo vale para Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Esqueça poderes como magia espacial ou cenas de luta que destroem Nova York pela milésima vez, o kung fu é o que domina agora e o diretor Destin Cretton convida o espectador para conhecer a mitologia chinesa em uma viagem inesquecível até o país.
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As tradições e costumes ficam ainda mais evidentes com cenas faladas em mandarim. Além disso, com elementos referenciando filmes de artes marciais como sucessos de Bruce Lee e Jackie Chan, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis poderia parecer apenas mais um clichê de luta. No entanto, o “elemento Marvel” o permite avançar e superar as expectativas ao criar um filme com excelentes combates corpo a corpo - alguns dos melhores do MCU, na verdade.
Diferente de outras produções da Marvel, que parecem deixar as lutas muito artificiais, os detalhes das coreografias de kung fu realmente interpretadas por Simu Liu dão ainda mais veracidade às cenas. No entanto, a produção perde a chance de fazer um embate épico entre pai e filho, mas presenteia o público com imensos dragões chineses e outros seres mitológicos. Apesar de a batalha final estar distante do nível de grandes produções do MCU, é um show de cores e performances; suficientes para a estreia do herói.
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Tudo isso combinado ao desempenho excelente dos atores do elenco principal deixa a trama mais envolvente. Awkwafina brilha como Katy e representa fielmente a todos que assistem ao filme quando se impressiona ao desbravar o universo totalmente desconhecido do melhor amigo. A personagem também funciona como um alívio cômico e, em muitas cenas, rouba o protagonismo do herói.
Meng'er Zhang também se destaca como Xialing, irmã de Shang-Chi, uma personagem forte, independente e com uma enorme habilidade para artes marciais, assim como o pai, interpretado por Tony Leung. Embora ele seja considerado o vilão da história, o desenvolvimento do personagem - mesmo por meio de flashbacks - o afastam da figura maligna e perversa que é normalmente apresentada em filmes de heróis e permitem até uma certa empatia.
Com personagens cativantes, coreografias de luta de tirar o fôlego e história suficiente para conquistar ao público, Shang-Chi celebrou a nova fase do MCU com potencial para se conectar com os outros heróis e ser um dos protagonistas das futuras produções do estúdio. Graças às inúmeras possibilidades desse universo, o filme desperta curiosidade e desejo de ver o herói novamente, algo perfeito para franquia da Marvel.
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