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Violência no audiovisual: 90% das trabalhadoras latinas já presenciaram assédio em produções, diz relatório

Relatório feito pela Federação Internacional dos Atores analisou assédio e violência em 16 países da América Latina e mostrou dados alarmantes

Redação Publicado em 18/03/2022, às 14h01

Grande maioria das trabalhadoras na indústria audiovisual latina sofreu ou presenciou situações de assédio no local de trabalho, segundo relatório divulgado pela Variety. A pesquisa foi realizada pela UNI Global Union - federação sindical para trabalhadores da área de serviços  - em conjunto com a IFA (sigla em inglês para Federação Internacional dos Atores).

Ao responder formulário, 87% das mulheres afirmaram terem experienciado violência. Número é mais elevado com relação a pessoas trans e não-binárias, 95%; e cai para homens, 70%.

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Entre os países analisados, o Peru aparece com maior porcentagem de mulheres relutantes a voltar para o trabalho por sofrerem com assédio. Além disso, 86% das entrevistadas relataram microagressões machistas - atitudes diárias relacionadas ao comportamento entendido como normal pelos homens.

"Fui 'convidada a sair' de duas comédias durante os ensaios porque estava grávida," afirmou atriz que preferiu não se identificar. Outras profissionais relataram abuso nas etapas de seleção de elenco, como convites para sair em troca do papel pretendido na produção.

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A pesquisa conversou com mais de 1.400 profissionais em 16 países da América Latina. 53% trabalham com cinema, 39% com teatro e 36% com televisão, enquanto o resto atua em rádio, circo e dança.

A presidente do Sindcine Brasil (Sindicato da Indústria Cinematográfica e do Audiovisual) e vice-presidente da UNI Media, Sonia Santana afirmou: "É uma investigação muito importante com diversos países da América Latina. Isso nos ajudará a entender e confrontar a violência nos ambientes de trabalho. A cultura machista deve ser combatida. Identificar as formas de assédio é um caminho para isso."

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