Viúva Negra mostra um lado mais profundo e sensível da vingadora, mas ainda parece pouco para quem está no MCU há mais de 10 anos
Mariana Rodrigues (sob supervisão de Yolanda Reis) Publicado em 15/07/2021, às 07h00
[Atenção: Contém spoilers de Viúva Negra]
Viúva Negra (2021) é uma linda homenagem à trajetória de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) no MCU. Com excelentes cenas de ação, apresenta uma trama tocante sobre o passado da personagem. Apesar do legado prevalecer em novas produções, fica o sentimento de que ela merecia muito mais de apenas uma única história.
Após 11 anos, Viúva Negra finalmente ganhou um filme solo. Introduzida em Homem de Ferro 2 (2010), a heroína não teve uma trilogia como Capitão América (Chris Evans) ou Homem de Ferro (Robert Downey Jr.). O período de espera parece finalmente ser recompensado. No entanto, a Marvel poderia ter explorado mais a fundo a história de Natasha caso essa decisão tivesse sido tomada antes.
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O fato do público saber o que aguarda Viúva Negra em Vingadores: Ultimato (2019) quebra um pouco a expectativa do filme. Apesar dos momentos de tensão e reviravoltas muito bem construídos, é inevitável não sentir certa frustração ao lembrar como pouco depois Natasha dará a vida pela Joia da Alma em Vormir.
Mesmo assim, somos apresentados a um novo lado de uma personagem tão familiar. Dentre os filmes do MCU, nenhum fala muito da história ou passado da Viúva Negra - e aqui, vemos isso com sensibilidade e força.
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Apesar da trama se encaixar antes dos últimos dois filmes dos Vingadores, é perceptível a evolução da personagem ao longo dos anos. Muito se deve ao roteiro - pois esse, pela primeira vez, parece enxergar o potencial da heroína.
Natasha sempre teve o lado "durona," mas também se mostrou muito vulnerável em diversos do momentos do MCU. No entanto, isso não a faz menos forte do que qualquer outro Vingador; pelo contrário, torna-a mais humana e próxima do público, mostrando como qualquer um pode ser um super-herói sem deixar os sentimentos e a família de lado.
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Viúva Negra se assemelha a uma história de origem, apesar de não ser. No filme, somos apresentados ao passado de Natasha e descobrimos como ela se tornou uma espiã. O processo de "capturar" jovens meninas e transformá-las em máquinas de matar é extremamente abusivo e cruel.
Descobrir tudo pelo que Natasha e a quase irmã, Yelena Belova (Florence Pugh) passaram na Sala Vermelha para se tornarem Viúvas Negras é duro de assistir. Talvez, por isso, esse processo tenha se resumido apenas a flashbacks na cena de abertura. Fica claro como o objetivo não é falar exatamente sobre o surgimento da personagem, e sim retratar como esse passado ainda a assombra mesmo depois de muitos anos.
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No entanto, a Marvel perdeu a oportunidade de mostrar a história de Natasha na época de Viúva Negra e transformar esse longa em uma sequência, dando ao público mais espaço e tempo para conhecer a fundo uma personagem neglicenciada por muitos anos.
Apesar de se tornar uma Vingadora e ser considerada por muitos uma heroína, Natasha ainda carrega as marcas da época como espiã, e esse conflito se mostra o verdadeiro inimigo da história. Destruir a Sala Vermelha e acabar com os treinamentos das meninas não é apenas fazer o certo, é uma questão de fazer as pazes com quem ela é e, de certa forma, perdoar a si mesma.
Com ótimas cenas de ação, o filme deixa o público eufórico em diversos momentos. Apesar de ser uma clássica produção do MCU, o combate entre o bem e o mal foi explorado de uma forma muito mais empolgante e com batalhas de tirar o fôlego.
No entanto, em certo ponto, o que era algo positivo se torna um pouco desgastante. A cena final - esperançosamente a mais emocionante - fica cansativa depois de tantas sequências repetidas.
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Apesar disso, Johansson, Pugh, David Harbour e Rachel Weisz se destacam nas performances. Na verdade, os novos personagens são um dos pontos mais fortes do filme. Alexei/Guardião Vermelho (Harbour) funciona como uma espécie de alívio cômico, protagonizando diversos momentos engraçados. Enquanto Melina (Weisz) mostra um lado sensível e materno, criando uma forte relação com Natasha, apesar da resistência inicial da heroína.
Não há como negar que Yelena traz o brilho ao filme. Mesmo com habilidades incríveis de luta e um passado tão sombrio quanto o de Natasha, a personagem mostrou um lado carinhoso, inocente e amoroso capaz de conquistar a todos. Com a dose certa de humor, habilidade e emoção, ela tem o potencial necessário para "assumir o cargo" da irmã e se tornar uma grande heroína no MCU.
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Viúva Negra cumpre o que propõe. Apesar de não ser exatamente uma história de origem, encaixa-se perfeitamente no período inserido e se mostra uma ótima despedida da personagem para os fãs que a acompanham desde o início.
Viúva Negra está em cartaz nos cinemas e disponível no Disney+ por R$ 69,90 com Premier Access.
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