- Woody Allen (Foto: Andreas Rentz/Getty Images)
GOLPE DE SORTE EM PARIS

Woody Allen diz que não se importa 'nem um pouco' com o próprio legado

O diretor foi acusado pela filha Dylan Farrow de abuso sexual; 'Golpe de Sorte em Paris', novo filme de Allen, chega aos cinemas na próxima semana

Redação Publicado em 09/09/2024, às 13h09

O novo filme de Woody Allen, Golpe de Sorte em Paris, chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira, 19. A produção de número 50 pode ser a última do cineasta, que confessou em entrevista à Folha de S.Paulo que é "tedioso financiar um filme". 

Golpe de Sorte em Paris é o primeiro longa-metragem do diretor em francês. Desde que foi acusado pela filha Dylan Farrow de abuso sexual, ainda em 1992, sua relação com Nova York estremeceu. Fazer filmes contando com a ajuda da indústria dos Estados Unidos ficou ainda mais difícil para Allen após o movimento MeToo, que reviveu as acusações de Farrow contra ele.

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Apesar da investigação de seu caso ter sido encerrada em 1993, Dylan continua defendendo que foi abusada pelo próprio pai. Documentário de 2021 que conta com relatos de Mia Farrow e ela também reforça denúncia. 

"Se alguém aparecer com dinheiro suficiente para fazer um filme, então eu faria outro filme. Mas não vou sair procurando. É tedioso financiar um filme, você precisa ir a muitos almoços e reuniões e falar com pessoas", argumentou. "Eu fiz isso muitas vezes, e não quero fazer mais."

Se alguém surgir de algum lugar e disser, ‘nós amamos seus filmes, queremos patrocinar outro filme seu’, eu poderia fazer outro, mas fora isso, ficaria muito feliz apenas escrevendo para o teatro ou tentando escrever prosa.

O diretor por trás de filmes como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977) e Manhattan (1979) demonstrou que não se importa com a atenção negativa sobre si. Ele se casou com Soon-Yi Previn, outra filha de Mia Farrow, em 1997. Embora tenham uma diferença de idade de quase 35 anos, eles conservam relacionamento até hoje.

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Eu não sou uma pessoa muito ligada a legados. Sempre que faço um filme, nunca mais o vejo novamente. Fiz meu primeiro filme em 1968 e desde então, nunca mais o vi. Depois que termino meus filmes, não me importo mais com eles. E tenho 88 anos, logo estarei morto, então não me importo nem um pouco com meu legado, ele não significa nada para mim.

"Se, quando eu morrer, pegarem meus filmes e os jogarem no oceano, ou queimarem, não me importa. Estarei morto", refletiu. "Quando você está morto, nada importa. Um legado é uma fantasia que as pessoas têm, é como os religiosos que acreditam na vida após a morte. Mas você não existe, então quem se importa com meus filmes? Eu não."

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