"Está tudo bem alguém ruim estar envolvido em algo bom", disse atriz ao defender admiração por filmes de diretor culpado por estupro e acusado de má conduta sexual
Redação Publicado em 14/08/2024, às 15h57
Zoë Kravitz reacendeu o debate sobre a separação entre artista e obra ao citar sua admiração por Roman Polanski. A declaração veio à Esquire, a quem Zoë afirmou que "não evita" apreciar filmes de diretores controversos e cancelados, como Polanski (via IndieWire).
"Está tudo bem alguém ruim estar envolvido em algo bom", Kravitz disse à Esquire sobre separar a arte do artista. "O que devemos fazer agora, nos livrar dos Estados Unidos?"
A atriz, que também escreve e dirige obras como Blink Twice, se declarou fã de filmes dirigidos por Polanski, como O Bebê de Rosemary e O Inquilino, afirmando que, ainda que seja "controverso", as ações do diretor não impactam em seu apreço pela obra.
Roman Polanski deixou os Estados Unidos em 1978, após declarar-se culpado pelo estupro de uma adolescente de 13 anos. Posteriormente, a vítima defendeu o diretor, que ainda viria a ser acusado de má conduta sexual por outras cinco mulheres.
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Na entrevista, Zoë Kravitz ainda mergulhou mais fundo na controvérsia, ao falar da mudança do nome de seu filme, Blink Twice. Inicialmente chamada Pussy Island - algo como Ilha da B*ceta, em tradução livre -, a obra teve o título alterado a pedido dos estúdios Amazon MGM.
"Fiquei chateada porque há um show chamado Dicks: The Musical (P*ntos: O Musical, também em tradução livre). Então meio que... O que é interessante é que eles testaram o título e as pessoas que ficaram mais ofendidas foram mulheres."
Segundo a diretora, sua intenção era de reivindicar a palavra "pussy". À Entertainment Weekly, no entanto, ela falou que a audiência não recebeu sua proposta tão bem assim nos testes de exibição do filme.
"Curiosamente, depois de pesquisar, as mulheres se ofendiam com a palavra, e mulheres que viam o título diziam, eu não quero ver esse filme, o que é parte da razão pela qual eu queria tentar usar a palavra, que é tentar reivindicar a palavra, e não torná-la algo que estamos tão desconfortáveis em usar", disse Kravitz.
"Mas ainda não chegamos lá. Como cineasta, tenho a responsabilidade de ouvir. Me importo com como isso faz as pessoas se sentirem."
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